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Facção pode ter ordenado ataques em Santa Catarina

Ação de grupo teria sido motivada por supostos maus-tratos em presídio

Ontem, houve a sexta noite seguida de atentados: base da PM e presídio no sul catarinense foram alvos

FELIPE BÄCHTOLD ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

O grupo suspeito de articular ataques em Santa Catarina tem um histórico de homicídios atrás das grades, rápida disseminação e já gerou até transferências em massa para os presídios federais.

Inspeção do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) no ano passado já havia constatado forte influência da facção PGC (Primeiro Grupo da Capital) no presídio de São Pedro de Alcântara (Grande Florianópolis), o maior de SC.

Ontem, houve a sexta noite seguida de atentados. Uma base da Polícia Militar na capital e um presídio no sul catarinense foram alvos de tiros. Desde o início da onda de ataques, foram registradas 66 ocorrências em 16 cidades.

No fim de 2010, o Estado pediu a transferência de dezenas de supostos "fundadores" do PGC para prisões federais em Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte, o que foi concedido. O prazo de permanência nesses locais expirou, e a maioria está de volta.

À época, relatório do setor de inteligência da segurança do Estado dizia que a facção tinha membros "de alta periculosidade" e havia forte indicativo de tentativa de rebelião ou de ataques a agentes.

Segundo o documento, o grupo mantém grande sigilo em sua atuação -manifestações públicas não são feitas.

Já houve uma outra iniciativa de desarticular a facção transferindo presos para outras prisões catarinenses. A medida, no entanto, pode ter tido o efeito colateral de disseminar o poder da facção.

O juiz-corregedor Alexandre Takashima, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, diz não acreditar em uma ligação do grupo com o PCC (Primeiro Comando da Capital), que atua em São Paulo.

Para ele, pode ter havido contatos com a facção catarinense, mas ela não aceitaria obediência a ordens de fora.

O processo judicial de um dos presos apontados como membros do "conselho" do PGC afirma que ele tem contato com o PCC. O detento tentou mudança para uma prisão de São Paulo em 2011.

MAUS-TRATOS

A direção da Polícia Civil afirmou que parte dos ataques foi ordenada de São Pedro de Alcântara. A Secretaria da Segurança informou que interceptou mensagens trocadas entre presos sobre a intenção de realizar ataques.

Uma possibilidade de motivação é a retaliação por maus-tratos no presídio. O uso de armas com balas de borracha em agressões, em ação na semana anterior aos ataques, é investigado.

Em outubro, uma agente prisional casada com o diretor do presídio foi morta a tiros. O diretor deixou o cargo.

A Secretaria da Justiça do Estado, responsável pelas prisões, diz não haver elementos concretos para ligar os ataques a esses episódios. As autoridades estaduais não comentam a possibilidade de as ordens serem do PGC.

ÔNIBUS

A consequência mais visível dos atentados está no transporte público. Horários foram cortados e trajetos alterados. Os motoristas só partem dos terminais à noite quando chega um carro da polícia para acompanhá-los.


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