Folha de S.Paulo

Foco

Parada Gay do Rio tem ato de mães contra a homofobia

DIANA BRITO DO RIO

Mães de homossexuais chamaram a atenção para a homofobia ontem, na 17ª edição da Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) do Rio, que ocorreu na orla de Copacabana.

O lema neste ano foi "Coração não tem preconceito, tem amor. Todos unidos contra a violência. Homofobia mata e destrói sonhos".

Segundo a organização da parada gay, 266 homossexuais foram assassinados no país em 2011 por conta da sua orientação sexual.

Bahia, São Paulo e Pernambuco são os líderes em violência, segundo Julio Moreira, presidente do Grupo Arco-Íris e coordenador da Parada Gay.

O grupo de mães abriu a parada, por volta das 16h.

Mãe de Camilo Martins, 18, homossexual assumido desde os 14 anos, a professora de literatura Georgina Martins, 53, disse que luta para que os pais aceitem as escolhas dos filhos sem preconceito.

"Desde que ele era pequeno eu me preparava para isso, porque ele sempre foi hostilizado na escola por não corresponder aos padrões hétero. Um dia me procurou muito nervoso e disse que era gay. Contei a ele que sempre soube disso e que o importante era ele ser feliz."

Ao todo, 15 trios elétricos, enfeitados com as cores do arco-íris da tradicional bandeira gay, desfilaram pela avenida Atlântica ao som de muita música. A organização diz que o evento contou com 1 milhão de pessoas.

ROUPAS

Com fantasias e roupas coloridas, drag queens animaram a festa na orla de Copacabana. Uma enorme bandeira do arco-íris foi estendida na avenida Atlântica.

Há 15 anos radicada na Alemanha, onde trabalha como cabeleireira, a travesti Márcia Pantera, 32, nascida Marcos Paulo Carvalho, participou pela primeira vez da parada gay do Rio. Acompanhada de uma amiga carioca, ela disse que sente mais preconceito no Brasil do que na Europa.

Ela desfilou com salto plataforma, silicone de 600 ml nos seios e lentes de contato azuis com cílios postiços.

O evento também atraiu muitos heterossexuais.