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Gestão de Ferreira Pinto deixa marcas contraditórias

DE SÃO PAULO

Os três anos e meio de Antonio Ferreira Pinto à frente da Secretaria da Segurança Pública deixaram duas marcas contraditórias na pasta.

Foi o período em que se combateu a corrupção policial com mais vigor (e iniciativas), mas foi também no final de sua gestão que os homicídios explodiram na cidade de São Paulo, com aumentos de 100% nos meses de setembro e outubro deste ano.

Ferreira Pinto começou a sua gestão na pasta em 2009, no governo de José Serra (PSDB), com uma prioridade que ele conhecera quando estava na Secretaria da Administração Penitenciária: o combate à corrupção da Polícia Civil, sobretudo no Denarc, o departamento de narcóticos.

A prioridade tinha ligação com a Administração Penitenciária por causa das escutas telefônicas que a secretaria acumula. Por meio das conversas de presos com criminosos do lado de fora, ficara sabendo que o Denarc tornara-se sócio do crime organizado em escala industrial.

Extorsões, traficantes presos sem processo judicial e desvio de drogas apreendidas eram o cotidiano do órgão.

Para atacar a corrupção, Ferreira Pinto tomou iniciativas que o transformaram em inimigo da Polícia Civil.

Ele trouxe a corregedoria da corporação para seu gabinete, tirou o Detran (departamento de trânsito) da órbita policial, criou a central de flagrantes e acelerou o uso da delegacia via internet -tudo para reduzir a corrupção.

O ápice desse movimento, e o início de sua queda, ocorreu quando colocou a Rota, tropa de elite da PM, para combater o tráfico de drogas.

A Rota não era corrupta, mas não tinha experiência nenhuma com investigações. A marca da divisão era a truculência e as mortes, sobretudo no final dos anos 80 do século passado.

A escolha da PM como parceira preferencial provocou um desequilíbrio de forças. A Polícia Civil passou a boicotar o secretário e iniciou uma campanha para derrubá-lo.

Quando a imprensa revelou neste mês que policiais militares eram suspeitos de muitas das mortes recentes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) chegou à conclusão de que Ferreira Pinto já não controlava nenhuma das duas polícias.


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