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Defesa consegue adiar julgamento de Bruno para março
Defensores usaram dispositivo legal com objetivo de ganhar tempo; dos 5 réus iniciais, só 2 continuam a ser julgados
Para assistência da Promotoria, 'manobras' buscam fazer Macarrão, confessar crime e livrar ex-goleiro
Vagner Antônio/TJMG | ||
O goleiro Bruno e seu amigo Macarrão durante o terceiro dia do julgamento pela morte de Eliza Samudio, em Contagem (MG) |
A defesa do ex-goleiro Bruno Fernandes, acusado da morte de Eliza Samudio, conseguiu fazer a Justiça de Minas adiar para 2013 o julgamento. A data prevista é 4 de março.
Ele foi o terceiro dos cinco réus a ter o júri adiado. Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e Dayanne de Souza já tinham passado por situação semelhante e devem ser julgados a partir da mesma data.
O júri seguiu ontem com os réus Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda de Castro, ex-namorada de Bruno.
Os advogados do ex-goleiro usaram um dispositivo legal -chamado "substabelecimento sem reservas"- em que os defensores transferem os poderes de defender o réu. Assim, Francisco Simim passou o caso a Lúcio Rodolfo da Silva.
A primeira medida de Silva como novo responsável pela defesa de Bruno foi pedir à juíza Marixa Rodrigues um prazo para ler as mais de 15 mil páginas do processo.
A Promotoria manifestou-se contra, mas a magistrada disse não ver o pedido como manobra e transferiu o júri.
GANHAR TEMPO
Simim admitiu que a intenção foi ganhar tempo.
"Precisávamos ganhar prazo. Há um HC [habeas corpus] a ser julgado em Brasília [no STF]. Simplesmente por isso", disse. "Não é manobra. Quando é legal, não é manobra. É estratégia."
Anteontem, Bruno já tinha tentado adiar seu julgamento, destituindo o advogado Rui Pimenta. Como tinha Simim de "reserva", a juíza mandou que ele assumisse. Dayanne, que era defendida por Simim, ficou sem defesa.
MACARRÃO
O depoimento de Macarrão, previsto para começar após o fechamento desta edição, era bastante aguardado.
A assistência da Promotoria afirmou que as manobras da defesa tinham o objetivo de deixá-lo sozinho para confessar o crime.
"Essa manobra tende a uma só situação: Macarrão venha a confessar e tirar a culpa do Bruno", disse Cidnei Karpinski, advogado do pai de Eliza.
O defensor de Macarrão, Leonardo Diniz, negou. Disse que manteria a tese de que não houve crime.
A mãe de Eliza, Sônia Moura, prestou depoimento ontem, arrolada como testemunha de defesa de Macarrão.
Ela chorou e disse que a filha nunca ficou desaparecida antes.