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Cores do Alemão

Clube de fotografia em complexo de favelas do Rio gera seu primeiro time de profissionais

FÁBIO SEIXAS DO RIO

Antes de o Complexo do Alemão entrar na moda, no hiato entre ser alvo de reportagens policiais e foco das câmeras da novela, outras lentes trataram de ocupá-lo.

Começou, por ironia, numa Quarta-Feira de Cinzas, ano passado, três meses após as forças de pacificação tomarem o conjunto de 13 favelas na zona norte do Rio.

Naquele março, o fotógrafo Dhani Borges, 33, e dois ex-alunos de projetos sociais do governo estadual criaram o Foto Clube do Alemão.

"O intuito não é profissionalizar, é difundir a cultura da foto na favela", diz Borges.

"Existe um vazio de imagens de favelas, do dia a dia. Não existem arquivos. E nós estamos registrando isso."

O clube realiza saídas aos sábados para fotografar o complexo e usa o Facebook para avisar os interessados.

Em média, conta Borges, há de 12 a 20 participantes. "Mas já teve um dia com 60."

Embora ele destaque que o clube não é um projeto social, era inevitável que participantes tomassem gosto pela coisa. Eles recebem dicas, aprendem macetes. E alguns já resolveram transformar o hobby em sustento.

É o caso de Michelle Beff, 28, ex-vendedora e caixa de loja de roupas. Curiosa por fotos desde criança, juntou-se ao clube no ano passado e, há cinco meses, trabalha como assistente de fotografia. "Hoje faço alguns trabalhos, books, ensaios... Estou melhorando meu equipamento. Quero me aperfeiçoar", diz.

Algumas fotos nesta página são dela. As demais, de colegas, que continuaram a clicar, até com celulares, após o baque de setembro do ano passado: as cinco câmeras que o clube usava foram levadas num assalto à ONG que, de favor, as guardava.


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