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USP, Unicamp e Unesp preparam adoção de cotas

Estudantes de escolas públicas passariam por curso antes de entrar na graduação

Proposta ainda está sendo definida e precisa de aprovação dos conselhos universitários e do governador de SP

DE SÃO PAULO

USP, Unesp e Unicamp preparam um programa conjunto para aumentar o número de estudantes de escolas públicas em seus cursos.

A proposta prevê selecionar os melhores alunos da rede para fazer curso semipresencial de dois anos.

Ao final, eles poderão disputar até 50% das vagas nos cursos tradicionais das universidades -a política de cotas é inédita nas universidades estaduais paulistas.

A medida passou a ser desenvolvida após pedido do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que disse aos dirigentes universitários que eles não poderiam ficar indiferentes ao programa de cotas em curso nas escolas federais.

A ideia inicial dos reitores, segundo a Folha apurou com professores, apresenta diferenças ao implementado nas federais, onde o estudante de escola pública, já ao sair do ensino médio, tem acesso às vagas reservadas.

No projeto paulista, estudantes de escolas públicas serão selecionados via Enem ou Saresp para o curso superior genérico e semipresencial.

Oferecido pela Univesp (universidade estadual virtual), esse curso dará direito a um diploma superior, que poderá ser usado, por exemplo, em concursos públicos.

Esses formados poderão, então, disputar vagas reservadas apenas a eles nas graduações tradicionais das universidades e das Fatecs. As notas no curso semipresencial serão usadas na seleção para as graduações.

NIVELAMENTO

A intenção é deixar os estudantes beneficiados em condições parecidas com as dos melhores alunos das particulares, que dominam a lista de aprovados no vestibular.

Durante a graduação, os estudantes selecionados deverão ter bolsa de estudos, para que não evadam.

Inicialmente, a ideia é que a cota seja de 50%. Segundo apuração da Folha, ainda há divergência se haverá benefício extra considerando os critérios raciais.

Em reportagem publicada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o reitor da Unesp, Julio Durigan, disse que haverá cotas raciais.

Durigan não concedeu entrevista ontem. A USP, que preside o conselho de reitores, disse apenas que a proposta não está pronta, posição parecida à da Unicamp.

Inicialmente, não está previsto o aumento no número de vagas nos vestibulares para atender aos estudantes do curso semipresencial. Assim, deverá haver menos postos para alunos da rede privada.

Qualquer alteração precisará ser aprovada pelos conselhos universitários.

Esses órgãos colegiados são tradicionalmente refratários à ideia de reserva de vagas, pois entendem que as cotas ferem o princípio da meritocracia acadêmica.

PERDAS E GANHOS

O modelo de um curso intermediário de dois anos é semelhante ao dos "colleges" norte-americanos. As federais do ABC e da Bahia também têm organização semelhante, em que os alunos entram em carreiras específicas após passarem por um curso inicial, com conteúdo básico.

Os reitores paulistas buscam mecanismo que possa aliar a inclusão de estudantes de escolas públicas sem deixar de lado a meritocracia.

Hoje, mais de 80% dos formados do ensino médio estudam na rede pública, mas eles representam cerca de 30% dos aprovados no vestibular da USP, por exemplo.


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