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Damian Schor (1943-2012)

Um professor nascido na guerra

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Damian Schor estava na barriga da mãe, Basea, quando ela foi presa. Ele nasceu em 1943, num campo de concentração na Romênia, perto da fronteira com a Ucrânia.

O pai, um judeu camponês, alistou-se no Exército russo por ideologia e combateu na Segunda Guerra. Poucos meses após o fim do conflito, em 1945, veio ao Brasil reencontrar a mulher e ver o filho cujo nascimento havia perdido.

Duddy, como Damian era chamado pela mãe, estudou em escolas públicas e conseguiu entrar em engenharia elétrica na Poli, em 23º lugar. Na ditadura militar, por sua atividade como diretor do grêmio estudantil, foi preso.

O motivo, como conta o filho Gustavo, jornalista, foi ter convidado Chico e Vinicius para tocar na faculdade.

Após se formar, em 1968, passou um breve período na Eletropaulo. Faria, porém, carreira de mais de 40 anos como professor de matemática.

Escreveu cinco livros e foi coordenador e diretor de escolas. Trabalhou no Anglo de São Paulo, Sorocaba e São Roque e dirigiu o colégio Bialik, fundado por imigrantes judeus. Por 15 anos, elaborou e corrigiu a prova de matemática do vestibular da FGV.

Para sua mãe, a guerra havia sido tão impactante que certa vez ela desmaiou na rua ao ouvir um casal falar em alemão. Damian não incorporou traumas como ela. Tanto que chegou a dirigir o Köelle, colégio alemão em Rio Claro.

Casou-se em 1979 com Yeda, publicitária, de quem havia sido professor. Era austero, firme e, às vezes, "cabeça dura", como lembra o filho.

Morreu no sábado (24), aos 69 anos, devido a problemas cardíacos. Teve dois filhos.

coluna.obituario@uol.com.br


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