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Em crise política, Natal vive colapso em saúde, educação e coleta de lixo

Cidade tem aulas suspensas, detritos acumulados em todos os bairros e falta de médicos

Caos por falta de pagamento a servidores e empresas ocorre após afastamento da prefeita por suspeita de desvios

DANILO SÁ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NATAL

Às vésperas do início da temporada de verão, Natal está em colapso: o lixo se acumula nas ruas, a saúde está em estado de calamidade pública e o ano letivo será suspenso em escolas municipais.

O cenário ocorre em meio ao afastamento da prefeita Micarla de Sousa (PV), que deixou o cargo há um mês por decisão da Justiça, após denúncias de desvios de recursos dos cofres da cidade.

Há acúmulo de lixo em todos os bairros, situação que vem se agravando no decorrer do ano. Na praia de Ponta Negra, onde fica o morro do Careca, um dos cartões-postais da capital potiguar, o lixo permanece amontoado na areia.

As empresas contratadas para fazer a coleta pararam ou reduziram o serviço por atraso no pagamento. A Companhia de Serviços Urbanos de Natal, ligada à administração municipal, tem só neste ano R$ 19,4 milhões em dívidas por gastos de manutenção e limpeza.

SEM AULAS

A rede municipal de educação decidiu interromper suas atividades por tempo indeterminado. Os 15 mil estudantes do sistema devem ficar sem aulas a partir de segunda-feira.

A decisão foi tomada nesta semana pelos diretores das escolas. Entre os problemas apontados estão desde o atraso de três meses no pagamento a servidores até a falta de merenda e de gás de cozinha.

A presidente do sindicato da categoria no Estado, Fátima Cardoso, diz que professores chegam a fazer "vaquinha" para que merendeiras, vigilantes e outros servidores possam pagar o transporte.

A mãe de uma estudante da Escola Municipal Luíz Maranhão Filho, no bairro de Cidade Nova, está inconformada com a situação.

"Isso prejudica o futuro das crianças, já que o aprendizado fica comprometido", diz Rosângela Carvalho, 44.

Ontem, a 2ª Vara da Infância e da Juventude determinou que a prefeitura repasse R$ 12,7 milhões à Secretaria de Educação do município, para pagamento dos funcionários.

Se a metade não for depositada em 48 horas, todo o valor será bloqueado do caixa-geral da prefeitura.

SEM MÉDICOS

Além de problemas na educação, o vice-prefeito Paulinho Freire (PP), que assumiu a prefeitura após o afastamento de Micarla, decretou nesta semana estado de calamidade pública na saúde. A decisão ocorre por causa da falta de profissionais para atendimento em unidades locais.

A dona de casa Lourdes da Silva, 54, que procurava atendimento na manhã de ontem no posto de saúde do bairro Mãe Luiza, disse à reportagem que "a falta de médicos é comum". "Todos já se acostumaram com isso."


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