Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Querido Noel

Cartas ao bom velhinho têm pedidos que vão de bonecas a bolos de festa; só no Natal de 2011, Correios receberam 317 mil correspondências na Grande São Paulo

JAIRO MARQUES DE SÃO PAULO

Na frente do envelope, um desenho com traços tortos e a escrita: "Para o Papai Noel, esteja ele onde estiver".

Na carta, Micael, 6, morador da zona leste de São Paulo, pede seu presente de Natal, reforçado diversas vezes ao longo de duas páginas: "Gostaria muito de te conhecer e de te dar um abraço. Meu sonho, querido Papai Noel, é tocar o seu coração."

Mensagens assim chegam aos milhares nas agências dos Correios nesta época do ano. Em 2011, só na Grande SP, foram 317 mil correspondências endereçadas ao "bom velhinho".

Há 20 anos, com um volume bem menor de cartas, os próprios funcionários da instituição faziam vaquinhas e entregavam alguns presentes. Mas, no ano passado, 63 mil desejos foram realizados só na Grande São Paulo.

É a terceira vez que a estudante Thaís Cruz, 17, vai a um centro de apadrinhamento de cartas dos Correios.

"Minha mãe incentivou e eu adoro ajudar. No ano passado, uma menina pediu um esmalte. Dei vários. Neste ano, vou dar uma boneca", diz a adolescente, filha de pai taxista e mãe secretária.

Os critérios para que as cartas entrem na fila de adoção variam em cada Estado. Em São Paulo, cadastram-se cartas de crianças carentes de até dez anos, manuscritas ou ditadas para um adulto. Trezentos jovens fazem a triagem e registram o material.

FÉ E ESPERANÇA

"As crianças depositam sua fé e esperança de melhoria de vida nas cartas, por isso algumas emocionam tanto", diz Sandra Fiordoliva, coordenadora de Recursos Humanos dos Correios.

A maior parte dos pedidos é por brinquedos da moda, como os relacionados à novela Carrossel, do SBT.

Mas há também várias cartas com o desejo de receber alimentos, roupas, bicicletas, bolas e videogames, além de vontades mais complexas.

"Ano passado, uma criança pediu um bolo. Levamos uma festa completa. Quando chegamos lá, não havia mesa na casinha onde ela morava para colocar a comida. Mas valeu a pena, ela ficou radiante", diz um funcionário dos Correios do Jaguaré que não quis revelar seu nome.

A doação, no entanto, é entregue pelos Correios. As crianças recebem junto uma cartinha assinada pelo Papai Noel, como sonharam.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página