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Poeta e tradutor Décio Pignatari morre em São Paulo, aos 85 anos

Ele estava internado desde a sexta-feira no Hospital Universitário da USP, com pneumonia

Ao lado dos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, foi um dos principais nomes da poesia concretista

DE SÃO PAULO

O poeta, ensaísta e tradutor Décio Pignatari morreu na manhã deste domingo (2), aos 85 anos. Ele, que era portador do Mal de Alzheimer e estava internado no Hospital Universitário da USP desde a última sexta (30), teve insuficiência respiratória e pneumonia aspirativa (infecção pulmonar).

Pignatari foi um dos principais nomes do movimento concretista no Brasil ao lado dos irmãos Haroldo (1929-2003) e Augusto de Campos.

Os três fundaram e editaram, na década de 1950, a revista "Noigandres", importante meio de difusão da poesia concreta. Também com os Campos, publicou "Teoria da Poesia Concreta", em 1965.

Nascido em Jundiaí, em 1927, Pignatari publicou os seus primeiros poemas em 1949 na "Revista Brasileira de Poesia". No ano seguinte, lançou o seu primeiro livro de poemas, "Carrossel".

Lançou, em 1956, o movimento da poesia concreta com o grupo Noigandres, que mantinha a formação da revista publicada em 1952.

Em 1956, o grupo publicou "Plano-Piloto para a Poesia Concreta". Lançou "Poesia Pois é Poesia" em 1977.

Também teórico da comunicação, Pignatari ajudou a fundar a Associação Brasileira de Semiótica, nos anos 1970. Autor de "Informação, Linguagem e Comunicação" (1968), traduziu obras de Marshall McLuhan, como "Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem".

"Uma das inteligências mais incisivas que este país já teve", disse Frederico Barbosa, 51, poeta e diretor da Casa das Rosas.

Pignatari foi colunista da Folha entre 1983 e 1987.

"A atuação dele como crítico de literatura no jornal foi marcante. Textos lúcidos, escritos com um estilo belíssimo, claro. Mesmo quando não se concordava com ele, era preciso admitir que dava prazer de ler", lembrou o escritor Joca Terron, 44.

Em entrevista à Folha, em 2007, quando se comemorava os seus 80 anos, o poeta sintetizou a idade numa de suas caras palavras-valise: "oitentação".

A pedido da família, não haverá velório. O enterro é hoje, às 12h, no cemitério do Morumbi. Décio Pignatari deixa três filhos e netos.


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