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PCC não é lenda, mas não é a única facção, diz Grella

Secretário da Segurança Pública diz que, antes de assumir, temia que ele ou seus familiares fossem vítimas da violência

Novo titular da pasta afirma que atual crise é uma resposta de alguns criminosos à ação das polícias Civil e Militar

DE SÃO PAULO

O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, ex-procurador-geral de Justiça, disse que demorou de "dois a três dias" para aceitar o convite e que, antes de assumir o cargo, temia ser vítima da onda de violência.

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*Folha - A Folha publicou ontem reportagem sobre gravações pela PF de conversas via celular de presos de uma penitenciária paulista. O governador já disse que essa é uma importante fonte de informação. O que o senhor acha?

Fernando Grella Vieira* - O governo não tolera o uso de celulares nos presídios. Por isso, há uma série de fiscalizações e apreensões. Toda fonte legítima será aproveitada como elemento de informação. O que for autorizado judicialmente vai ser usado.

O senhor assumiu a Segurança Pública em um momento de crise. Por que aceitou?

Reconheço que há dificuldades. Aceitei como um desafio de servir, de colaborar, nesse momento.

Pediu uns dias para pensar?

Pedi porque precisava conversar com a família. Não é uma decisão simples. Não assumi em condições normais. Assumi em condições de dificuldade. Demorei de dois a três dias para responder.

Pesquisa do Datafolha mostrou que quase todos os paulistanos têm medo que a violência atinja a si mesmo ou algum conhecido. Antes de assumir, o senhor sentiu medo de ser vítima da violência?

Sim. E a sensação de insegurança a gente percebe claramente, ao nosso redor, em várias pessoas. É curioso, porque a sensação de insegurança é uma coisa, os índices de criminalidade são outra.

Se você comparar com outros Estados ou mesmo com o índice histórico de São Paulo não há nada absurdo. Mas a sensação de insegurança é enorme em razão da natureza dos crimes ocorridos.

Como vai combater o PCC?

Nós não temos, evidentemente, um plano só para o PCC. Não existe só essa fação.

O senhor acha que o PCC é uma lenda?

Não, não é lenda. O PCC existe. Seria um erro ter uma política de segurança que focasse apenas numa sigla ou numa facção. Sabemos que há várias facções, vários grupos, vários tipos de crime organizado que não têm sigla e que são tão nocivos quanto o PCC. Não dá para calcar uma política de segurança fundada apenas no PCC.

Não dá para dizer que são 30 ou 40 membros...

Não consigo dimensionar, mas também não dá para alegar que exista só o PCC ou só mais uma facção.

A que se deve essa onda de violência em São Paulo?

Não temos ainda uma noção final disso, uma conclusão. Muito se explica pela ação da repressão dos últimos tempos da própria polícia.

Qual marca o senhor quer deixar de sua gestão?

Da atuação integrada entre as polícias e de forças de outras esferas da federação e da aproximação da secretaria com a sociedade para formulação e execução de política de segurança.


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