Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Foco
Carlinhos Brown toca de graça para garantir Réveillon baiano
NELSON BARROS NETO DE SALVADORA crise nos cofres da capital baiana fez com que, pela primeira vez em décadas, a prefeitura anunciasse que não promoveria a festa oficial de Ano Novo.
O Réveillon da cidade só não deixará de acontecer por causa do músico soteropolitano Carlinhos Brown que se ofereceu para tocar de graça e emprestar seu trio elétrico, que o acompanha durante o Carnaval.
Apelidado de "Réveillon Andante", o evento vai trocar o tradicional palco no Farol da Barra -que era semelhante aos eventos da avenida Paulista, em São Paulo, e da praia de Copacabana, no Rio- para uma festa que se deslocará entre os bairros de Barra e Ondina.
O trecho, que margeia a orla marítima, é um dos circuitos tradicionais das festas carnavalescas.
"Se não tivesse nada, não seria Salvador. Seria como se aqui fosse uma terra onde ninguém soubesse tocar nada", diz Brown, que fechou a parceria nesta semana e afirma ter deixado contratos com outras cidades.
A prefeitura diz que a festa do último ano custou R$ 1,5 milhão, valor inexistente em caixa neste final de mandato do prefeito João Henrique (PP).
Ele coloca a culpa na Lei de Responsabilidade Fiscal. "Não posso deixar nenhuma dívida para o meu sucessor", diz ele.
"Nas maiores crises é que surgem as melhores soluções. Brown vai escolher a grade, convidar quem ele quiser, e faremos o primeiro 'Réveillon Andante' do mundo."
A prefeitura, porém, ainda precisa conseguir arrecadar os cerca de R$ 750 mil necessários para bancar os fogos de artifício.
A administração pediu ajuda ao governador Jaques Wagner (PT), que ainda não se manifestou oficialmente.
Salvador é a segunda capital com menor receita pública per capita do Brasil, à frente apenas de Teresina (PI).