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Depoimento

Copacabana Palace retoma frescor de seus primeiros tempos

DANUZA LEÃO COLUNISTA DA FOLHA

O Copacabana Palace sempre foi o sinônimo perfeito da elegância e sofisticação do Rio de Janeiro. Continua sendo, e nunca haverá nada igual.

O hotel passou por uma repaginada e voltou ao frescor dos seus primeiros tempos, com uma portaria ampla -a primeira era pequena, como se usava quando o hotel foi construído-, e os quartos com nova decoração, tinindo de novos e com cheiro de luxo. Aliás, a portaria merecia ter o lustre trocado por um maior, para combinar com o espaço que cresceu.

Fiz um tour pelo hotel e me extasiei com as antigas e imensas salas de jogo, com as salas privadas, para jogadores de altíssimas somas, as mesas com caneta, tinta, papel de carta e envelopes timbrados do hotel, para correspondência, a antiga boate Meia Noite, onde cantavam Doris Monteiro, Nora Ney, Jorge Goulart, e o Golden Room, cuja pista de dança era em quadrados de mármore iluminados por baixo, e onde aconteciam as grandes festas do Rio -black-tie, todas.

O Copa foi o símbolo do glamour dos anos dourados.

A piscina era uma espécie de clube, mas um clube em que não havia sócios; estrelas de Hollywood, sempre escoltadas por Jorginho Guinle, se misturavam à famosa turma dos cafajestes, enquanto a nadadora Maria Lenk dava aulas de natação para os filhos de alguns frequentadores.

Dr. Otávio Guinle (então dono do hotel), com seus chiquérrimos ternos feitos sob medida em Saville Row, andava em volta da piscina com as mãos para trás, como os membros da realeza britânica, observando cada garçom, cada detalhe das mesas, para ver se tudo estava na perfeição -e sempre estava.

Detalhe: dr. Otavio morava numa grande casa que tinha até quadra de tênis na mesma avenida Atlântica, pertinho de seu hotel.

Na porta, deixando entrar -ou barrando- as pessoas, o porteiro Vicente, impecável em seu uniforme de gabardine de algodão bege e quepe combinando. Quando alguém queria ir passar uns momentos na praia, Vicente levava a barraca e a instalava, tendo o cuidado de, na hora de atravessar a rua (que só tinha duas pistas para carros), fazer o trânsito parar com uma das mãos.

Voltando ao presente, são divinas as suítes do 6º andar; um mordomo e uma arrumadeira fazem parte da diária, dia e noite, para emergências tipo abrir uma garrafa de champanhe, abotoar ou desabotoar o vestido de madame. Os que ficam nessas suítes têm uma piscina privativa no seu próprio andar, para não se misturarem aos simples mortais que usam a piscina grande, que tal?

O preço da diária é flutuante como o das passagens aéreas -vai de R$ 3.500 a R$ 7.000, o que não é nada quando se pensa que o café da manhã está incluído.

Um conselho a um apaixonado: convide sua amada para passar um fim de semana no Copa. Bem mais original do que uma ida a Nova York.


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