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Mario Guglielmi (1939-2012)

Empresário aficionado pela Itália

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Chamavam-no de o Italiano e, às vezes, de Mafioso, como brincadeira. Mario Guglielmi era aficionado pela terra de seus antepassados.

Em 1994, ninguém em sua casa se arriscou a comemorar o Mundial que o Brasil ganhou pela quarta vez, batendo a Itália nos pênaltis. Olhava todo mundo com cara feia.

Nos domingos de F-1, vestia-se todo de Ferrari e, nas competições nacionais de futebol, torcia para o Palmeiras.

Apesar do apelido, nasceu no Cairo (Egito), pois a família, italiana, foi se aventurar por lá. O pai, Carlo, chegou a ser preso na Segunda Guerra num campo de concentração no deserto, por ser italiano.

Quando o pai, cinematografista, recebeu um convite da Vera Cruz, a família veio para o Brasil. Apelidado de Carlo Quanti Metri, por ter a mania de medir com uma fita métrica a distância entre ator e câmera, seu pai filmaria vários trabalhos de Mazzaropi.

Mario chegou ao país aos dez anos. Embora tenha herdado o gosto pelo cinema, formou-se em direito e trabalhou com tratamento de água. Sua empresa, a Filtral, foi responsável, por exemplo, por salinizar a água em que viviam os golfinhos do Playcenter.

Exímio dançarino, conheceu a mulher, Therezinha, num baile. Era apaixonado por óperas e escrevia poemas.

Andava sempre de terno, gravata e com a camisa impecavelmente passada. A Nápoles voltou algumas vezes por levar a sério o ditado "Primo vedere Napoli, dopo morire".

Quebrara o fêmur numa queda e passara por uma cirurgia. Viúvo desde 2007, morreu na quarta (12), aos 73, de infecção generalizada. Teve quatro filhas e cinco netos.


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