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Análise
Haddad fala em escolha técnica, mas convida aliado de Kassab
VERA MAGALHÃES EDITORA DO PAINELFernando Haddad costuma demonstrar especial orgulho da porção "técnica" de seu secretariado, cuja escalação foi completada ontem.
Trata-se da fatia descolada, com sotaque da USP, que confere lastro ao petista e condiz com a imagem do "homem novo" da campanha.
Portanto, a despeito de esses técnicos serem pessoas relativamente desconhecidas para o grosso da sociedade, é de esperar que o chamado núcleo duro cumpra o papel de filtro das ações de governo que o prefeito lhe atribui.
O problema reside no chamado pelotão político do primeiro escalão, menos festejado pelos haddadistas. E, ainda, nos "cavalos de Troia", aqueles que são vendidos como indicações técnicas, mas vêm com carimbo político.
Nos secretários políticos, não há nada de novo. São deputados federais e estaduais e vereadores escolhidos para cotejar partidos, tendências do PT e movimentos organizados ligados ao partido.
Nos híbridos, que têm perfil técnico e chancela política, salta aos olhos a influência do atual prefeito, Gilberto Kassab, e a tentativa de manter escondido, como um parente inconveniente, o deputado Paulo Maluf, que foi substituído pelo ministro Aguinaldo Ribeiro na hora de assumir a paternidade do secretário de Habitação.
Kassab não só conseguiu a proeza de manter auxiliares seus na administração -isso depois de ser criticado durante a campanha toda por Haddad- quanto emplacou aliados incondicionais, como o vereador Ricardo Teixeira (PV), um ex-tucano que cuidará da pasta de Meio Ambiente na gestão petista.
Junte-se a isso a influência que conservou na Câmara Municipal e o prefeito que deixa o cargo dia 31 com recorde de rejeição continuará sendo, em 2013, figura-chave nas articulações políticas da cidade. Um caso único de sobrevivência política.
