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Adiamento reacende debate sobre mudanças

Acordo ortográfico elaborado na década de 1990 ainda é controverso entre especialistas em língua portuguesa

Para uns, trata-se de 'decoreba'; para outros, é resultado de longa análise de técnicos qualificados para isso

DE BRASÍLIA

O adiamento do uso obrigatório das novas regras ortográficas da língua portuguesa reacendeu o debate sobre a reformulação de normas previstas no documento, que ainda é alvo de controvérsia entre especialistas.

O professor de língua portuguesa Ernani Pimentel argumenta que o acordo, elaborado na década de 1990, é fruto de uma educação baseada essencialmente na "decoreba" e, assim, não segue uma lógica clara.

"Como é que você vai ensinar que 'mandachuva' se escreve sem hífen e que 'guarda-chuva' se escreve com hífen, se os dois são formados de verbo e substantivo?", questiona Pimentel.

Para o professor, os brasileiros ainda não sabem efetivamente como usar as novas regras. "As pessoas se acomodaram", afirma.

Pimentel é o idealizador do movimento "Acordar Melhor", que defende a simplificação da ortografia.

ADAPTAÇÃO

Para o gramático Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras, ainda é muito cedo para fazer questionamentos.

"É preciso que essas normas entrem em vigor para que os problemas sejam aflorados e resolvidos."

Na visão do especialista, a sociedade brasileira já se adaptou às novas regras, e o país está preparado para adotar a obrigatoriedade do novo acordo ortográfico.

"Para o grande público, a implantação de um acordo depende da memória visual, de como as pessoas veem as palavras escritas", afirma o gramático, citando o papel da imprensa nessa função.

Bechara lembra ainda que o acordo é resultado do trabalho de especialistas brasileiros e portugueses muito qualificados para a função.

Da parte nacional, fizeram parte da elaboração do acordo nomes como Antônio Houaiss e Nélida Piñon.

PEQUENAS MUDANÇAS

Representante brasileiro na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), o embaixador Pedro Motta faz a ressalva de que, no fundo, são poucas as mudanças introduzidas pelo novo acordo ortográfico.

"Houve algumas pequenas mudanças na acentuação de palavras, eliminação de trema, mudanças na utilização do hífen", enumera Motta.


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