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Lixo na rua facilitou 'toda essa desgraça', diz Zeca Pagodinho

FABIO BRISOLLA DO RIO

Após percorrer em um quadriciclo, pela manhã, as ruas cobertas de lama de Xerém, o cantor Zeca Pagodinho lamentou o descaso com o lugar, onde vive há 20 anos.

"É lixo pra tudo o que é lado. Não tem coleta. O que facilitou essa desgraça foi o lixo nas ruas. A Baixada [Fluminense] está abandonada."

Zeca se divide entre um apartamento na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, e o sítio em Xerém, num dos pontos mais castigados.

Ele passou o Natal e o Réveillon lá. Ao longo do dia, providenciou cestas básicas e começou a arrecadar roupas para desabrigados. Numa das suítes de sua casa ele abrigou um casal com dois filhos. Eles perderam tudo.

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Folha - Quando você percebeu os estragos da chuva?

Zeca Pagodinho - Escutei um barulho de madrugada, abri a varanda e vi a rapaziada da rua chegando. Minha casa não foi atingida, mas a água começou a entrar pelo quintal, que fica perto do rio, e a rapaziada ajudou a salvar meus bois, meus cabritos...

Saiu de casa para pedir ajuda?

Eu desci às 7h até a praça. Tinha muita gente lá, mas o problema maior era na boca da mata, lá no Café Torrado. Era muita tristeza, muita gente perdendo tudo. Um casal de vizinhos foi lá para casa, com os dois filhos. Vão ficar lá até a situação melhorar.

Você está buscando doações?

Eu tinha algumas cestas básicas e levei para a igreja. Também comecei a arrecadar roupas. Amanhã meu filho vai continuar o trabalho, porque tenho uma viagem marcada [para os EUA].

Estou viajando com o coração partido... Por ser conhecido, quando estou por lá, as pessoas prestam mais atenção. Tenho medo de viajar e Xerém ficar abandonada.

É um descaso. Lixo pra tudo o que é lado. Não tem coleta. O que facilitou toda essa desgraça foi o lixo nas ruas.


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