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PM espera ordem judicial para retirar índios de museu

Policiais cercaram espaço, na zona norte do Rio, na sexta, e o deixaram ontem à noite; eles devem voltar hoje

Indígenas se recusam a deixar o Museu do Índio, ocupado desde 2006; espaço será demolido para obras da Copa

DAMARIS GIULIANA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Ao menos 40 homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio cercaram, na noite de anteontem, a antiga sede do Museu do Índio, no Maracanã, zona norte do Rio, onde vivem 23 famílias indígenas há seis anos.

Os policiais aguardavam a chegada de uma ordem judicial para desocupar o espaço, cuja demolição está prevista no pacote de obras que preparam o estádio do Maracanã para a Copa do Mundo, que ocorre no ano que vem.

Os índios se recusam a desocupar o imóvel. Às 19h30 de ontem, a tropa deixou o local; deve retornar hoje.

No fim da manhã de ontem, alguns dos indígenas se posicionaram em janelas do prédio, armados com arcos e flechas. Eles ainda montaram barreiras na entrada, com pedaços de madeira e arame farpado, para tentar impedir a entrada dos policiais militares.

À tarde a situação era um pouco mais tranquila. Às 16h, o cacique Carlos Tukano afirmou aos jornalistas que os índios decidiram não usar armas em caso de invasão pelos policiais, mas que iriam "resistir com a própria vida" caso tentassem tirá-los de lá.

"Em nome da Copa, o governo está matando nossa história. Não vamos brigar, mas vamos resistir", disse.

O local é alvo de uma briga na Justiça. De um lado está o governo estadual, que quer demolir o prédio para melhorar as condições de acesso ao estádio. Do outro, índios e a Defensoria Pública da União, que defendem o tombamento do espaço.

CADASTRO

Uma liminar que impedia a derrubada foi suspensa há cerca de dois meses, mas a Emop (Empresa de Obras Públicas), encarregada da demolição, não informou ontem se o cerco ao prédio era um indicativo de que o trabalho seria feito nos próximos dias.

De acordo com o órgão, os policiais foram enviados para que agentes do serviço social do Estado pudessem entrar no imóvel para cadastrar as famílias e providenciar sua remoção para outro local.

A demolição do prédio está prevista na minuta do edital de licitação para concessão do Maracanã. A derrubada tem como objetivo, segundo o governo, facilitar a mobilidade do pública na chegada e saída do estádio.

Criado em 1953, o museu funcionou por cerca de 25 anos. Desde o fim da década de 1970, está abandonado. Um grupo de índios se mudou para o local em 2006, a fim de evitar a demolição.


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