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Cabral quer remover índios de antigo museu para terreno de prisão

Apesar de declaração do governador, documento apresentado a indígenas não fixa local nem data

DIANA BRITO DO RIO

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), quer transferir para a área de um presídio em São Cristóvão, zona norte da cidade, os índios que ocupam o prédio do antigo Museu do Índio, no Maracanã.

Segundo o governador, no local onde ainda funciona o presídio Evaristo de Moraes, conhecido como Galpão da Quinta (por ficar perto da Quinta da Boa Vista), seria construído o Centro de Referência Indígena.

A demolição do antigo museu faz parte do pacote de obras para preparar o Maracanã para a Copa do Mundo. O imóvel está ocupado por índios desde 2006.

O Galpão da Quinta, de acordo com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, começou a ser desativado no início de dezembro. Segundo a pasta, 250 detentos foram transferidos para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste, mas ainda há 1.383 presos em suas dependências. A desativação só termina no final do ano.

"Por que não ter ali um Centro de Referência de Memória Indígena, onde os índios possam vender seus trabalhos artesanais, sua cultura, para que brasileiros, estrangeiros e cariocas possam visitar e fazer daquilo até uma fonte de receita para eles?", disse o governador durante inauguração das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) de Manguinhos e Jacarezinho, na zona norte.

O local escolhido pelo governador fica a cerca de 1,5 km do imóvel ocupado pelos índios e próximo a atrações turísticas da cidade como o Museu Nacional (conhecido como Museu da Quinta) e o Jardim Zoológico.

Mas a proposta apresentada ontem pela Secretaria de Assistência Social aos índios diz apenas que o centro seria construído "próximo ao novo Complexo Esportivo do Maracanã", sem definir local ou data.

"O documento não diz nada sobre o terreno do Galpão da Quinta", reclamou o cacique Carlos Tukano.

Os índios já haviam afirmado que não deixariam o prédio do antigo museu por ser um ponto comercial forte, frequentado por turistas que, depois de visitar o estádio, passam lá para comprar artesanato.

O movimento caiu desde que o estádio entrou em obras, mas a perspectiva de bons negócios na Copa das Confederações, em junho, e na Copa de 2014 faz com que o grupo resista a deixar o local.


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