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Justiça ordena a 1ª internação compulsória

Desde o início do plantão no Cratod (centro de saúde), não houve outra decisão para o tratamento de dependente à força

Decisão atende a pedido de advogados da OAB; Cratod recebeu ontem desde adolescente até mães em busca de auxílio

DE SÃO PAULO

A Justiça concedeu ontem a primeira ordem de internação à força de um dependente químico durante o plantão judicial no Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas), no Bom Retiro, região central de São Paulo.

O viciado que deve ser internado é um homem, de 28 anos, usuário de crack, que teve o pedido de internação apresentado pela Ordem dos Advogados do Brasil.

Segundo o advogado Cid Vieira, voluntário da OAB que estava no plantão, o dependente foi ao Cratod dizendo que precisava ser internado.

Vieira conta que o homem estava nervoso, em meio a uma crise de abstinência, e que ele dizia não ter nenhum familiar para ajudá-lo.

O advogado não soube informar, porém, por qual razão a internação desse viciado não foi considerada voluntária.

Em alguns casos voluntários, o paciente pode desistir do tratamento. A Folha não teve acesso à decisão do juiz Iasin Issa Ahmed e não conseguiu localizá-lo até a conclusão desta edição. O Tribunal de Justiça confirmou a internação compulsória, mas não deu mais detalhes.

O defensor público Carlos Weiss criticou a decisão e disse que ela foi tomada depois do horário do expediente judicial, encerrado às 13h.

"As pessoas não podem ser internadas compulsoriamente sem a devida defesa [de um advogado da defensoria]."

Os relatos de quem estava ontem no Cratod eram parecidos. A Folha ouviu 17 pessoas. Seis tinham ido por conta própria. "Preciso mudar de vida. Fui expulso de casa depois de vender tudo", disse o desempregado Wellington Galvão, 29, dependente há dez anos.

Outras nove foram levadas por parentes. "Há três anos meu filho usa drogas. A internação é a última medida para salvar a vida dele", disse a mãe de um dependente de 14 anos.

"Minha filha está abandonada em um pronto-socorro, mas lá não tem tratamento. Vim pedir que ela seja internada", disse Aparecida Miranda, mãe de uma mulher de 35 anos, viciada há 15. (AFONSO BENITES)


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