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Ivan Prado Teixeira (1950-2013)

Um apaixonado pela literatura

RAQUEL COZER COLUNISTA DA FOLHA

Muito jovem, Ivan Teixeira ganhou um concurso na TV declamando poemas do pré-modernista Augusto dos Anjos. Sabia os versos de cor.

Aquela breve glória antecipava duas qualidades pelas quais todos viriam a conhecê-lo: a imensa erudição e o talento para falar em público.

Levou ambas cedo para as salas de aula. Com apenas 21 anos, antes mesmo de se graduar em letras pela Universidade de São Paulo, já lecionava literatura brasileira e portuguesa em cursinhos.

Daquele tempo, ficariam lendárias aulas como aquela em que, para tratar da Semana de 22, incentivou os alunos a invadirem uma aula de história. Os futuristas sobre os quais explanava, afinal, não gostavam de história.

A regra era fazer de seu inesgotável conhecimento instrumento de diversão, não de tortura, como lembra o ex-colega Frederico Barbosa.

Nos anos 90, passou a lecionar na USP e publicou sua tese de doutorado, "Mecenato Pombalino e Poesia Neoclássica", que lhe rendeu prêmios no Brasil e nos EUA. Foi premiado também por "O Altar & o Trono: Dinâmica do Poder em 'O Alienista'".

Teixeira fez pós-doutorado na Universidade do Texas, em Austin (EUA), onde deu aulas de literatura brasileira até 2010, antes de retornar à USP.

No último dia 7, foi internado em São Paulo. Um câncer se espalhara pelo pâncreas, estômago e duodeno. Não resistiu a uma segunda cirurgia.

Morreu na quinta-feira, a 26 dias de completar 63 anos. Tinha três livros em preparação, incluindo uma história da literatura. Deixa mulher, dois filhos e um neto.

coluna.obituario@uol.com.br


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