Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Tragédia no Sul

Após morte de amigo, jovem quer monumento às vítimas

Bruno Perin diz querer começar a captar recursos para a homenagem desde já

Empresário estampou jornais do país nesta semana; ele diz que muita gente ofereceu ajuda via redes sociais

MELINA GUTERRES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SANTA MARIA

O empresário santa-mariense Bruno Perin, 25, vive em São Paulo desde julho de 2010. Na madrugada de domingo, recebeu a ligação de uma amiga que relatava algo além da tragédia: Vinicius Rosário, 26, seu melhor amigo, estava desaparecido.

Perin seguiu imediatamente para Santa Maria e, chegando lá, soube da morte de Vinícius. Ele teria conseguido escapar da fumaça, mas decidiu voltar ao interior da Kiss para resgatar outros jovens. "Ele salvou 14 pessoas", diz o empresário.

Transtornado pela morte do amigo, ele apareceu nesta semana na capa de diferentes jornais, inclusive na Folha. Foi clicado em manifestação em frente ao cenário da tragédia e despertou a atenção de amigos de fora do RS.

"Todo mundo queria ajudar, mandar alimentos, água. Outros, vir para Santa Maria dar apoio de alguma forma. As pessoas me ofereciam ajuda na rua e nas redes sociais."

Bruno publicou um manifesto no Facebook sobre a tragédia, endereçado ao "Brasil".

"Hoje você me viu chorar e implorar por justiça em algumas das suas primeiras paginas. É que eu estava com muita saudade, meu melhor amigo, a pessoa que eu mais compartilhei da vida nestes últimos anos, não está mais aqui comigo", inicia o texto.

"Mas acho que chegou a hora de você acordar, né? Isso foi praticamente um chute no seu estômago, meu querido país, escreveu.

Devido a repercussão do manifesto, Bruno e amigos criaram a "Associação dos Anjos Heróis de Santa Maria", que visa captar recursos para criar um monumento às vítimas, discutir formas de pedir justiça e de encaminhar a órgãos competentes pessoas em busca de ajuda.

Hoje Bruno se diz "desgastado", em especial por piadas sobre a tragédia e por quem sugere "busca de promoção" por parte daqueles que querem ajudar familiares e amigos das vítimas. "Muito mais pessoas poderiam estar ajudando e deixam de ir porque começam a desconfiar. Quem critica quem está ajudando está prejudicando", diz.

"Embora a desapropriação da boate Kiss ainda possa levar dez anos, vamos começar a captar recursos desde já. Essa é uma promessa que fiz para o tio do Vinícius. Vamos construir um monumento através da participação popular", afirma.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página