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Ex-atleta da seleção sub-18 é velado em quadra
Local era utilizado para treino do jogador
Foi no ginásio de basquete do Corinthians de Santa Cruz do Sul (RS) que Nestor Raschen decidiu realizar o velório do filho Matheus Rafael Raschen, 20, a 236ª vítima do incêndio na boate Kiss.
Era ali que Matheus costumava treinar antes de se mudar para Santa Maria. O destaque no basquete o levou à seleção brasileira sub-18.
Matheus estava internado desde domingo no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, que recebeu os feridos com queimaduras graves.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, sofreu queimaduras de terceiro grau em quase 50% do corpo e morreu por volta das 21h45 de anteontem.
Pela manhã de ontem, filas se formavam no ginásio. O caixão foi posicionado próximo a uma das cestas -o placar eletrônico mostrava o nome de Matheus e marcava o número 20, idade dele.
"Matheus era muito conhecido. Não era uma promessa do basquete, mas uma realidade", disse José Alberto Wenzel, ex-prefeito de Santa Cruz do Sul e amigo da família.
O jovem era o caçula dos três filhos de Núria e Nestor, vice-diretor do Colégio Mauá. O casal já havia perdido o filho do meio há três anos, devido a problemas de saúde.
Segundo relatos, ele estaria próximo da porta de saída, mas decidiu permanecer na Kiss para socorrer amigos.
SELEÇÃO
Com 1,90 m de altura, Matheus foi ala-armador nas categorias de base do Corinthians, tradicional clube de basquete gaúcho.
Também jogou no Campo Mourão, do Paraná. Em 2010, foi o capitão da seleção gaúcha sub-18. A atuação o levou à seleção brasileira da categoria.
"Era um garoto bem quisto, um jogador solidário, que pensava nos outros. Até por isso, estava saindo da boate e voltou para ajudar", conta Athos Calderaro, treinador de Matheus nas categorias de base do Corinthians.
Destaque no esporte, continuou os estudos pois teria que sair do Estado para jogar profissionalmente depois dos 20 anos. Ele cursava Tecnologia em Alimentos na UFSM.
