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Aviso em Congonhas é alto como despertador

No Santos Dumont, ruído máximo equivale ao de feira livre, diz teste

Limites estão dentro do aceitável, afirmam especialistas; Infraero reduziu chamadas no sistema de som

RICARDO GALLO DE SÃO PAULO

Aqueles avisos de "reposicionamento de aeronave", "a aeronave encontra-se em solo" e "esta é a última chamada para o voo" nos alto-falantes fazem o aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, ter um nível de ruído máximo equivalente a uma campainha de despertador.

No Santos Dumont (Rio), o barulho no sistema de som, também no limite máximo, é como o de uma feira livre.

Os dados são de medições feitas a pedido da Folha nas áreas de embarque dos dois aeroportos, na manhã da última quarta-feira.

Na média, o som dos alto-falantes dos dois aeroportos fica abaixo de 80 decibéis, o limite seguro para os ouvidos. No pico, Santos Dumont atingiu 82 decibéis -contribuiu para isso uma espécie de chiado que acompanhava cada anúncio no alto falante.

"Incomodar, incomoda, mas acabo acostumando", diz a publicitária paulistana Gladys Esher, 37, que lia um livro no Santos Dumont, na quarta-feira, antes de embarcar para Congonhas.

Para ela, o aeroporto paulistano é pior, "uma zona".

Os resultados em Congonhas e Santos Dumont estão dentro do aceitável, disse à Folha o engenheiro Marco Juliani, diretor da Ieme Brasil, que executou a medição.

Um passageiro exposto a esse nível de ruído não corre risco de perda auditiva, disse Alessandra Samelli, doutora pela USP e diretora da Academia Brasileira de Audiologia (estudo da audição humana).

Tal barulho é capaz, sim, de atrapalhar uma conversa ou dificultar a concentração de quem lê, afirma.

MELHORIAS

No fim do ano passado, um trabalho da Secretaria de Aviação Civil já havia detectado um problema nos avisos dos alto-falantes do embarque -não no nível de ruído, mas, sim, na frequência com que aconteciam.

A consequência foi que, desde dezembro, as companhias aéreas só podem fazer dois avisos por voo; antes, eram permitidos três.

Houve também restrição no número de passageiros que cada empresa pode convocar por vez para se apresentar para embarque: até então, era possível ler dez nomes em sequência, o que aumentava a duração dos avisos e o incômodo dos passageiros. Agora, são três nomes.

Segundo a Infraero, estatal que gere os dois terminais, o nível de ruído é monitorado para evitar desconforto.

Nas áreas públicas, como o saguão, a estatal deixou de fazer avisos de voos em 2009. Os informes são institucionais (falam de internet gratuita, cuidados com bagagens e localizam pessoas no terminal) e se dão a cada meia hora, em média, diz a Infraero.

A empresa informou ainda que o barulho no Santos Dumont não é um chiado, mas sim "uma reverberação que influencia na qualidade do som", causada pela estrutura de vidro do terminal. A Infraero avalia, com uma empresa, que medidas tomar.

Administrado pela iniciativa privada, Cumbica (Guarulhos) também restringiu, desde fevereiro, as chamadas no sistema de som para evitar a poluição sonora.


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