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Com mais jovens e mulheres, perfil do taxista muda em SP

Entrada feminina no mercado cresceu 162% em cinco anos; popularização da tecnologia GPS atraiu novatos

Lucratividade e horário mais flexível são outros fatores que estimulam a atuação de motoristas com menos de 40 anos

GUILHERME GENESTRETI LETÍCIA MORI DE SÃO PAULO

Antes de colocar o endereço indicado por seus clientes no GPS, o taxista Bruno Santos Souza, 23, costuma tranquilizar os passageiros e dizer que, sim, tem permissão para dirigir. "As senhoras ficam surpresas com a minha idade e me perguntam se eu tenho carteira de motorista."

Já quem entra no táxi de Beatriz da Silva, 47, logo sente cheiro de essência de bambu com hortelã. "O meu carro está sempre com sachê."

Perfis assim, diferentes do tipo que consagrou a categoria em São Paulo, vêm ganhando espaço. Homens com mais de 40 anos e sem diploma universitário ainda são maioria, mas agora disputam passageiros com motoristas mais jovens, mulheres e gente que deixou de lado o diploma da faculdade.

Para enfrentar a rotina, eles chegam mais preocupados com outros idiomas e mais adaptados à tecnologia, como aplicativos para celulares que ajudam clientes a achar um táxi.

As mulheres são minoria, segundo o DTP (Departamento de Transportes Públicos) do município, mas a entrada delas nesse mercado cresceu 162% nos últimos cinco anos -chegou a 5.408 condutoras, ou 7% do total de taxistas ativos em São Paulo. Motoristas com menos de 40 anos são 31,2%, segundo dados de 2012 do Observatório do Turismo, da SPTuris (empresa de turismo na cidade).

Para Ricardo Auriemma, presidente da Adetax (Associação das Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo), a popularização do GPS facilitou a entrada dos mais jovens.

"Antes, a pessoa tinha que ter conhecimento maior de ruas. Hoje, com os mapas na internet, o smartphone e o GPS, ficou muito mais fácil."

Segundo ele, a flexibilidade de horários e a remuneração alta são os atrativos.

Formado em administração de empresas, Fernando Bettini Jorge, 34, já foi gerente de banco e de empresa de telefonia. Diz que passou a ganhar até o triplo quando virou taxista, cinco anos atrás. "Saí para testar e acabei ficando", diz ele, filho de taxista.

Jorge diz que os passageiros notam a diferença na sua formação. "Até perguntam por que virei taxista. Mas eu não volto a trabalhar em empresa de jeito nenhum."

Anderson Martins, 31, condutor há cinco anos, diz que até pensa em fazer faculdade, mas acha difícil conseguir um salário maior do que os cerca de R$ 3.500 que fatura. "Minha mulher fez faculdade e ganha menos que eu."

Atuar em frotas é um dos caminhos para os novatos, já que nelas se dispensa a exigência de carro próprio e do alvará. "A maioria é composta de jovens. Os mais velhos geralmente têm seus próprios carros", diz Natalício Bezerra, presidente do Sinditaxi.


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