Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Acusação defende tese de que desvio de verba fez Gil Rugai matar o pai

Defesa do rapaz afirma que assassinato pode estar relacionado ao narcotráfico

TALITA BEDINELLI FELIPE SOUZA DE SÃO PAULO

O segundo dia de julgamento do ex-seminarista Gil Rugai, 29, foi marcado por uma intensa discussão entre acusação, que trouxe testemunhas que o associaram ao crime, e a defesa, que tentou colocar dúvidas sobre essas afirmações.

Gil é acusado de matar o pai, Luis Carlos Rugai, 40, e a madrasta, Alessandra Troitino, 33, na casa em que residiam em Perdizes (zona oeste), em 2004. Ele assiste ao julgamento impassível.

De manhã, Alberto Bazaia Neto, instrutor de voo do pai de Gil, afirmou que Luis havia dito quatro dias antes de ser assassinado que o filho confessou, após pressionado, ter desviado dinheiro da empresa. Por isso, foi expulso de casa.

Para o promotor Rogério Zagallo, a descoberta do desvio é o motivo do crime.

A defesa, por sua vez, começou a explorar uma tese que deverá usar ao longo do julgamento: a de que o crime teve associação com o narcotráfico.

Segundo os advogados Marcelo Feller e Thiago Anastácio, o aeroclube onde o instrutor trabalha -de propriedade do pai dele, Alberto Bazaia Júnior- foi considerado pela CPI do Narcotráfico um "dos grandes pontos de entrada e distribuição de drogas no país".

Uma grande quantidade de drogas também foi encontrada em propriedade da família Bazaia, dizem os advogados.

CÂMERA

Segundo os advogados, na tarde anterior ao crime, o pai de Gil havia instalado uma câmera no seu avião -fato confirmado pelo instrutor.

O vídeo feito pela vítima naquele dia tornou-se peça-chave na defesa: poderia estar relacionado a narcotraficantes.

"Então ele instalou uma câmera no sábado e morreu no domingo?", questionou o defensor Feller à testemunha.

NOJENTO

Os questionamentos esquentaram os ânimos. O assistente de acusação Ubirajara Pereira disse que a defesa fazia algo "nojento". "Nojento é o senhor", retrucou Anastácio.

De manhã, no depoimento do delegado do caso, Rodolfo Chiareli, os defensores mostraram fotos da sala de TV na casa de Luis, que teve a porta arrombada pelo assassino.

Nela, havia uma TV ligada, apresentando chuviscos.

Para a defesa, isso indicaria que havia um vídeo sendo exibido num videocassete, que foi retirado bruscamente. Esse suposto filme não foi achado.

CHEQUES

Em seu depoimento de seis horas, o delegago Chiareli afirmou não ter dúvidas de que Gil é autor dos disparos.

"Todas as provas levaram à imputação dele", disse, citando relatos de testemunhas de que Gil falsificara assinatura em cheques do pai e que ele havia discutido com Luis por causa disso. Também citou a localização da arma do crime, numa caixa de água no prédio onde Gil tinha escritório.

A defesa ponderou que o pai sabia que Gil assinava seus cheques na sua ausência e afirmou que as fraudes ocorreram quando outra funcionária cuidava da área administrativa. Também questionou o fato de o delegado não ter pedido perícia nos cheques falsificados.

No último depoimento do dia, o perito Alberi Espindola, chamado pela defesa, afirmou que a porta da sala de TV foi arrombada depois dos disparos que mataram pai e madrasta. Para os defensores, isso comprova que o assassino buscava a fita.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página