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Gil Rugai diz ser inocente e se nega a responder perguntas da acusação

'Não sei por que algumas pessoas inventaram histórias contra mim', afirma réu no 4º dia de júri

Expectativa é que o julgamento termine hoje, nove anos após o assassinato de seu pai, Luis Carlos Rugai

TALITA BEDINELLI DE SÃO PAULO

De forma calma, educada e bem articulada, Gil Rugai negou, ontem, ter matado seu pai e sua madrasta e afirmou desconhecer quem poderia ter cometido o crime. Duas horas e meia depois, decidiu que não responderia a mais nenhum questionamento da acusação.

O interrogatório do réu foi o destaque do quarto dia de julgamento. Gil é acusado de, em 2004, ter matado o pai, Luis Carlos Rugai, 40, e a madrasta, Alessandra Troitino, 33, na casa da família em Perdizes.

"Não sei por que algumas pessoas inventaram histórias contra mim e como a perícia chegou às conclusões", disse. "Sei que não chutei a porta. Eu não estava lá naquela noite."A marca de um pé numa porta é uma das provas apontadas pela acusação.

Antes disso, ele já havia afirmado ao juiz Adilson Paukoski Simoni que não teria motivos para matar a madrasta e, "muito menos", o pai, a quem no interrogatório chamava de "papai". "Eu sou inocente. Mas sei que não adianta falar isso."

Gil disse que tinha um relacionamento "normal" com o pai, "com desentendimentos naturais". Sobre a madrasta, a quem chamou de Lelê, afirmou que "se davam bem, mas não eram íntimos".

Disse que, na noite do crime, esteve com uma amiga até as 21h e que depois foi ao shopping Frei Caneca, onde pretendia ir ao cinema. Como a fila estava grande, foi então até a empresa da qual era sócio, nos Jardins. Ligou para uma amiga e jantaram numa cantina, junto do namorado dela.

O depoimento, iniciado às 15h46, foi interrompido às 18h15 pelo defensor Marcelo Feller. "Como o promotor [Rogério Zagallo] está usando o interrogatório para fazer um discurso, a defesa interrompe para recomendar que [o réu] não responda a mais nenhuma pergunta."

O promotor havia questionado Gil se ele conhecia a namorada de um garçom. Depois, explicou à imprensa que ela afirmara que o réu ameaçou matá-la após se dizer apaixonado pelo namorado dela.

Após a interrupção, Gil pediu para ir ao banheiro. Voltou uma hora e 15 minutos depois. O juiz decidiu que era seu direito não responder.

O interrogatório continuou com as perguntas da defesa, que apresentou registros de antenas de celular para mostrar que Gil não havia se encontrado com o pai na empresa dele cinco dias antes do crime.

Um ex-funcionário diz que Luis se encontrou com o filho para confrontá-lo sobre desfalques. Para a acusação, esse seria o motivo do assassinato.

No final do julgamento, fora do plenário, Feller disse que esse ex-funcionário nunca foi investigado pelo crime e que teria motivação para cometê-lo: uma dívida trabalhista.

De manhã, Rudi Otto Kretschmar, o ex-sócio de Gil, disse que, antes do crime, o rapaz lhe mostrara uma arma, que sumiu depois do assassinato.

A expectativa é que o julgamento termine hoje.


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