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São Paulo tem 64 panes em sinais por dia

Gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) afirma que herdou rede "precarizada" e promete renovação do sistema

Tecnologia obsoleta e falha na manutenção estão entre as causas; apagão em semáforos aumenta com as chuvas

ANDRÉ MONTEIRO GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

A cidade de São Paulo teve neste ano, em média, 64 panes em semáforos por dia -volume fortemente influenciado pelas recentes chuvas.

O número é referente ao total de sinais de trânsito que se desligaram ou entraram em amarelo piscante entre 1º de janeiro e 20 de fevereiro.

Foram 3.254 problemas registrados (1.452 sinais apagados e 1.802 piscando).

Após as falhas ocorridas durante as tempestades da semana passada, o prefeito Fernando Haddad (PT) culpou a gestão passada, dizendo que os equipamentos estavam sucateados.

Haddad anunciou uma licitação para a renovação do sistema. A cidade tem 6.156 cruzamentos semaforizados -total de 54.402 semáforos.

As causas das panes são diversas. Influenciam problemas como quedas de árvores sobre a fiação elétrica e raios que queimam placas dos controladores semafóricos. Com as chuvas, há ainda curtos-circuitos após o alagamento de caixas de cabos que alimentam os aparelhos, localizadas sob o asfalto.

Levantamento da Folha em boletins da CET mostra que, só na última semana, quando choveu muito, foram registradas 369 panes, em todas as regiões, em bairros como Jardins, Perdizes (zona oeste), Campo Belo (sul) e Higienópolis (centro).

Especialistas citaram como motivo das falhas a tecnologia obsoleta de alguns equipamentos, aliada à manutenção precária e à falta de peças de estoque para troca.

Também foi apontado o pequeno número de profissionais que fazem os consertos.

Um exemplo de demora para o conserto é o sinal da alameda Casa Branca com a rua Estados Unidos, nos Jardins (zona oeste). Ele apagou na chuva de segunda, mas só foi religado na quinta-feira.

Morador do Morumbi, o corretor Francisco Senturelle, 55, adiou a saída do trabalho, nos Jardins, por causa do "caos" no trânsito provocado pela falha no semáforo.

"Fiquei quase três horas esperando a situação melhorar. Isso é um absurdo."

Há três anos trabalhando na região, o manobrista Wellington Souza Santos, 33, diz que o cruzamento nunca ficou às escuras por tanto tempo. "Virou uma bagunça, principalmente quando os marronzinhos não estão. Agora, se aqui que é uma área nobre está desse jeito, imagina então lá na periferia."

No extremo leste da cidade também há semáforos que concentram panes seguidas, como no cruzamento das avenidas João Batista Conti e Nagib Farah Maluf, onde o aparelho pifou ao menos três vezes na semana passada.

Segundo marronzinhos, a variedade de marcas e modelos de aparelhos também dificultam o reparo.

Alguns chegam a ser desconhecidos dos técnicos. Sem treinamento e manual de instruções, eles acabam fazendo reparos "improvisados".


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