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Movimento na web pede que metrô funcione 24 h

Abaixo-assinado na internet mobiliza quase 80 mil assinaturas

Manutenção no sistema de trens torna operação inviável e impactaria no custo da passagem, afirma especialista

LEANDRO MACHADO DE SÃO PAULO

Se você transitou pelas redes sociais nas últimas 24 horas deve ter se deparado com um movimento que pede o funcionamento ininterrupto do metrô de São Paulo. Obra do estudante de administração Rômulo Zillig, 20.

No início deste mês, ele colocou na rede um abaixo-assinado que vem mobilizando milhares de paulistanos.

Zillig mora na Capela do Socorro, periferia da zona sul. Ele conta que, se o professor demora para liberá-lo da faculdade, que fica em Santana (zona norte), corre o risco de não chegar em casa no mesmo dia. Daí surgiu a ideia de criar o movimento.

Compartilhada nas redes sociais, a petição -hospedada no Avaaz, site especializado nesse tipo de pedido- tinha 77 mil assinaturas até anteontem. "Começou com três pessoas. Passei a divulgar no Facebook e bombou", conta Zillig. A meta é chegar a 100 mil assinaturas.

Depois, ele pretende levar a lista à Assembleia Legislativa para que, "com a pressão popular", um projeto possa ser discutido. "A cidade de São Paulo não para, muitas pessoas trabalham à noite. O metrô, às vezes, é a única opção para voltar para casa."

Argumenta ainda que com o aperto da fiscalização da lei seca há poucas opções de transporte após a meia-noite. "Sou a favor da lei, mas como voltamos pra casa depois da balada? O táxi é caro, ônibus noturnos são poucos e não chegam a todos os lugares."

A cantora Nayara Konno, 20, assinou a petição. "Se a lei seca ajuda a diminuir acidentes, acredito que o metrô 24 horas possa incentivar a população a deixar o carro em casa." As cinco linhas do metrô fecham à meia-noite.

Durante a madrugada, trens e vias passam por limpeza e vistorias. Trilhos podem ser trocados. Essa manutenção diária é o principal empecilho para que o horário de funcionamento seja ampliado, segundo a companhia.

Para ser feita, a circulação de trens precisa ser completamente interrompida.

Segundo o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ailton Brasiliense, o metrô de São Paulo teria um colapso se circulasse por 24 horas. "A manutenção é essencial. Um trem não sai do lugar se uma porta estiver aberta, por exemplo. Teríamos que abrir mão de uma série de procedimentos de segurança."

O custo de operação seria maior e a tarifa de embarque, calcula Brasiliense, teria de aumentar bastante. "Em São Paulo acho praticamente impossível isso acontecer. O custo é inviável." O metrô transporta cerca de 4,6 milhões de pessoas durante o dia. De madrugada, este número cairia no máximo para 100 mil, prevê Brasiliense.

No horário, o transporte de passageiros na cidade é feito principalmente por ônibus.

A SPtrans, empresa que gerencia o transporte municipal, diz que existem 98 linhas que funcionam na madrugada.

O metrô informa que não descarta aumentar o horário de funcionamento das linhas dependendo da demanda, mas não diz se tem um plano para ampliar a operação.


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