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Análise

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Em luto, cachorro busca seu símbolo de proteção

SÍLVIA CORRÊA COLUNISTA DA FOLHA

Para os cães, nós, os donos, não somos Ana, João ou Maria. À luz dos sentidos caninos, comandados pelo olfato e a audição, somos aglomerados de cheiros e sons que, quando se aproximam, anunciam a melhor parte do dia -comida, brincadeira, passeio ou, simplesmente, o fim do período de solidão.

O psiquiatra John Bowbly, pai da Teoria do Apego, dizia que recém-nascidos criam vínculos com seus cuidadores baseados na necessidade de segurança e proteção, a fim de sobreviver. Não é diferente com os cães.

E, se considerarmos que as emoções mais básicas como fome, dor, medo, ansiedade e felicidade são processadas pelas porções mais primitivas do cérebro, comum aos vertebrados, fica razoável aceitar que os cães possuam essas mesmas reações.

Faça agora um exercício. Imagine que você é um ser tomado de ansiedade e medo por ter visto desaparecer o conjunto de cheiros e sons que garantia seus melhores momentos. Você não entende a morte, não tem a capacidade de racionalizar. O que você faria?

Parece óbvio esperar que você iniciasse uma busca por sua desaparecida fonte de bem-estar. E buscaria até a exaustão ou até que alguém desencadeasse em você aquelas prazerosas sensações.

Por isso, nada melhor para um cão em luto do que um novo dono disposto a brincar com ele, alimentá-lo e protegê-lo. Alguém que mostre a ele que a vida continua.


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