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Prefeitura sabia do risco de fachada cair no centro

Problema foi detectado em vistoria feita dez dias antes de acidente que matou pedestre

Engenheiro da obra diz que havia vazamentos no local e culpa Sabesp, para quem a afirmação é 'irresponsável'

DE SÃO PAULO DO "AGORA"

A Prefeitura de São Paulo conhecia havia dez dias os riscos de desabamento em obra na avenida Liberdade, região central, que, anteontem à noite, desmoronou, matando o auxiliar de limpeza Marco Antonio dos Santos, 50.

De acordo com testemunhas, outras 15 pessoas, aproximadamente, conseguiram escapar correndo para a rua. No local, estava sendo construído um estacionamento.

"No dia 18, foi realizada uma vistoria no local, onde foi constatado o perigo de ruína da fachada do imóvel sobre a calçada e a rua", disse, em nota, a Subprefeitura da Sé.

Três dias antes da vistoria, um pedaço de concreto da mesma obra havia atingido uma pedestre. A administração municipal disse só ter sido informada do caso ontem.

De acordo com a subprefeitura, o responsável pela obra foi "intimado, em caráter emergencial, a fazer o escoramento da parede (voltada para a avenida Liberdade)", sob pena de embargo.

No dia seguinte, os responsáveis protocolaram na prefeitura o início da obra de emergência. Assim, a gestão deu o caso como encerrado.

O risco de acidente, então, ficaria a cargo do responsável técnico pela execução da obra, o engenheiro Carlos Eduardo de Oliveira, sócio da Construt Engenharia.

Oliveira prestou depoimento ontem à polícia e culpou a Sabesp pelo acidente fatal. Segundo ele, havia vazamentos no fundo do terreno.

A informação foi repassada várias vezes, de forma oficial, à empresa de saneamento, disse o engenheiro.

A Sabesp, também por nota, diz que a relação entre um possível vazamento e a queda de uma das fachadas é "irresponsável" e "precipitada".

A companhia afirma que todos os pedidos feitos pelo engenheiro eram para desobstrução de redes de esgoto, no que foi sempre atendido.

Tecnicamente, a obra não estava irregular. Conforme as leis municipais, principalmente o Código de Obras, o interessado pode começar uma obra por sua conta e risco, caso a administração municipal demore mais de 30 dias para emitir o alvará da obra. Foi o que aconteceu.

A prefeitura confirmou que, em novembro, houve um pedido dos responsáveis para movimentação de terra.

PERÍCIA

A Polícia Civil informou que só a perícia técnica poderá dar detalhes do acidente, mas tanto os técnicos da Defesa Civil quanto engenheiros afirmam que houve um erro técnico.

As paredes não estariam corretamente escoradas e, por isso, uma delas caiu.

A fachada arruinada fica de frente para uma via por onde passam muitos ônibus, que causam trepidação. Como o prédio é antigo, de 1934, o tipo de amarração das paredes é diferente do que atualmente é feito. A retirada do teto do edifício, então, pode ter sido decisiva para o desabamento, segundo os técnicos.


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