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Diretor de hospital de Curitiba defende médicos

Segundo ele, prisão de profissionais gerou clima de insegurança na unidade

ESTELITA HASS CARAZZAI DE CURITIBA

Diretor técnico do Hospital Evangélico de Curitiba, o pneumologista Luiz Felipe Mendes disse que o clima no local é "péssimo" desde a operação que prendeu cinco suspeitos de provocar a morte de pacientes na UTI geral.

A chefe do setor, Virgínia Helena Soares de Souza, 56, está presa desde a semana passada. Também foram presos outros três médicos e uma enfermeira. Maior pronto-socorro de Curitiba e região, o hospital atende 92% de seus pacientes pelo SUS (Sistema Único de Saúde), numa média de 2.000 internações e cirurgias por mês.

Nesta semana, porém, cirurgias eletivas foram canceladas devido ao estado emocional dos médicos, e houve queda no número de atendimentos, segundo Mendes.

"Os pacientes questionam, teve uma família que solicitou transferência... Mas isso foi nos primeiros dias [de notícias sobre a investigação policial]", disse ele à Folha.

Segundo o diretor, há agora muita insegurança entre o corpo médico. "A sensação deles é a seguinte: tenho um excesso de pacientes graves, estou fazendo tudo o que a medicina permite, mas há pessoas que morrem. Será que vou ser processado, vou ser incriminado?"

Para ele, o exercício da medicina está em risco. "As pessoas falam o que querem, muitas vezes movidas pela emoção, e não é mais salvaguardado o direito de defesa."

A UTI geral, alvo das investigações, está fechada, à espera da nova equipe que assumirá os leitos. A reabertura deve ocorrer na semana que vem, com o nome UTI 1.

Mendes nega a possibilidade de que a diretoria soubesse dos supostos crimes. "Refutamos veementemente isso. Há uma comissão de ética médica no hospital, um comitê de revisão de prontuários, de óbitos... E ninguém falaria nada?", questiona.

O diretor defende Virgínia e os demais profissionais presos. "Até que se prove o contrário, a gente acredita na inocência dessas pessoas."

A defesa deles nega que tenham cometido crimes.

PROBLEMAS

Virgínia chefiava a UTI desde 2006, mas já trabalhava no lugar havia mais de 20 anos.

Em 2010, a Vigilância Sanitária autuou o hospital após encontrar bitucas de cigarro na UTI geral. A direção do hospital diz que a médica era a responsável, mas não repetiu o ato. Em 2011, ela foi afastada por um mês em razão de problemas com uma colega.


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