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Ação judicial quer barrar procriação de tigres

Juiz determina castração de uma família de 11 felinos que vive em área particular

Segundo a legislação, animais exóticos só podem procriar em zoológicos; dono diz que vai recorrer à ONU

LUIZ FERNANDO CARDOSO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MARINGÁ

Uma família de 11 tigres que vive em Maringá, no norte do Paraná, é alvo de uma disputa na Justiça e pode estar com os dias contados.

Os felinos moram num espaço particular, aos cuidados de Ary da Silva. Ele tem autorização do Ibama (instituto federal do meio ambiente) para manter os bichos no local, mas comprou uma briga com o órgão ao permitir a reprodução dos tigres.

Animais exóticos só podem procriar em zoológicos, segundo a legislação.

Do grupo mantido no espaço em Maringá, sete nasceram em cativeiro nos últimos anos. A área tem cerca de 3.500 m² (o parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, por exemplo, tem 15 mil m²).

A Justiça Federal mandou esterilizar os bichos, o que provocou protestos de morares da cidade e uma ameaça de levar o caso à ONU (Organização das Nações Unidas).

"Me recuso a castrar animais que correm risco de extinção. Vamos recorrer onde for possível", diz o proprietário do local. Ele diz que pode entrar com recurso na Justiça e ameaça até levar o caso à ONU, com o argumento de que a esterilização seria um crime contra uma espécie ameaçada de extinção.

Na semana passada, um grupo de defensores dos animais fez uma manifestação no centro de Maringá. Um carro de som divulgava a decisão judicial (de primeira instância), chamando a população a aderir à causa dos bichanos ameaçados.

'AMOR ETERNO AMOR'

Os tigres de Maringá custam cerca de R$ 240 mil ao ano. Juntos, os 11 felinos consomem, em média, duas toneladas de carne por mês.

Parte dos recursos para a manutenção dos animais vem do desempenho artístico dos próprios tigres, que já participaram de campanhas publicitárias. Um deles esteve até na novela -ele era o tigre Tom em "Amor Eterno Amor", transmitida pela Rede Globo entre março e setembro do ano passado.

Em sua decisão, o juiz federal José Gimenes determinou a esterilização dos animais, mas fez uma ressalva. Ele pede que os bichos sejam castrados somente quando se esgotarem os recursos do caso na Justiça.

Por ora, exigiu apenas que machos e fêmeas sejam mantidos em locais separados, para evitar que cruzem, o que já foi cumprido.

Ary da Silva também já tomou outras providências. Para buscar um entendimento com o Ibama, ele comprou uma área de 150 mil m2 para construir um zoológico.

O novo espaço, porém, dependerá de doações de empresas interessadas.

Procurado, o Ibama não se manifestou sobre o assunto.


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