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Delegada diz que Eliza morreu por asfixia

Relato, que aponta ex-policial como autor do crime, foi baseado na versão de testemunha-chave, que não foi ao tribunal

Após dispensar todas as testemunhas, defesa de Bruno cita falhas na investigação; de cabeça baixa, goleiro exibe Bíblia

PAULO PEIXOTO ROGÉRIO PAGNAN MARINA GAMA ENVIADOS ESPECIAIS A CONTAGEM (MG)

Sem a testemunha-chave nem testemunhas de defesa, o julgamento do goleiro Bruno Fernandes de Souza, 28, começou ontem em Contagem (MG) marcado pelo depoimento da delegada Ana Maria Santos, que afirmou que Eliza Samudio, ex-amante do réu, morreu asfixiada.

Sabatinada por mais de cinco horas, ela relatou como se deu a suposta morte de Eliza -a defesa do goleiro nega que ela tenha sido morta-, segundo o que ouviu em 2010 do então adolescente Jorge Luiz Rosa, hoje com 19 anos.

Foi o depoimento dele que revelou o caso. Rosa cumpriu medida socioeducativa por participação no episódio. Arrolado tanto pela acusação quanto pela defesa e considerado uma das principais testemunhas do caso, ele não apareceu ontem no tribunal.

Segundo a delegada, Rosa afirmou que a morte ocorreu em Vespasiano (MG), na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também réu no processo.

"Ele [Bola] passou o braço direito embaixo do queixo e começou a apertar o pescoço dela", disse a delegada, citando depoimento de Rosa.

Em seu sítio, em Esmeraldas (MG), Bruno teria, segundo Rosa, tomado conhecimento da morte e ajudado a queimar uma mala de Eliza.

SEM TESTEMUNHAS

O dia também foi marcado pela decisão da defesa de Bruno de abrir mão de todas as suas testemunhas -a estratégia, segundo os defensores, é apostar nos debates finais.

Eles, porém, questionaram a delegada sobre supostas omissões e falhas na investigação. Um desses pontos foi a ausência do ex-policial José Laureano de Assis Filho, o Zezé, na lista de indiciados.

Foram desprezadas dezenas de mensagens trocadas por Zezé com os principais suspeitos do crime. A delegada disse que não tinha elementos para indiciá-lo.

Outra estratégia foi levantar questões técnicas para tentar anular o júri. Uma delas é haver investigação policial sobre o caso mesmo com o julgamento já em curso.

Bruno ficou quase todo o tempo de cabeça baixa, com os cotovelos sobre as pernas e olhos apontados para os pés. Quando cinegrafistas e fotógrafos tiveram acesso ao plenário, o goleiro deixou-se fotografar. Nesse momento, pareceu chorar e mostrou uma Bíblia -ele virou evangélico na prisão, diz a defesa.

O promotor Henry Wagner Vasconcelos criticou o goleiro pelo uso da Bíblia no tribunal: "É um teatro", disse.


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