Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Super bom ar
Engenhoca que usa casca do coco promete eliminar mau cheiro das estações de esgoto
A reclamação é tanta que a empresa de saneamento de São Paulo resolveu pesquisar uma forma barata -e, segundo ela, definitiva- para acabar com o mau cheiro ao redor das estações de tratamento de esgoto.
Como os testes se mostraram eficientes, a Sabesp deve começar a replicar os seus contêineres antifedor em alguns meses.
A técnica parece engenhosa, mas é simples. O ar será sugado de dentro das estações de tratamento de esgoto para um contêiner comum.
O ar e seu "cheiro de ovo podre", causado pelo gás sulfídrico, vai circular em direção ao chão.
"Vamos forrar esses locais com turfa [maçaroca vegetal], composta principalmente por restos de casca de coco", afirma o superintendente de inovação da companhia, Américo Sampaio.
O principal recurso, porém, não pode ser visto a olho nu. Como o ambiente será constantemente umidificado, muitas bactérias vão proliferar no meio do coco. "Elas vão funcionar com um biofiltro, oxidando [quebrando] o gás sulfídrico", explica.
O resultado de todo esse processo será a saída, pelo fundo do equipamento, de um gás sem odor ruim.
A Sabesp vai registrar o método, que foi baseado em experiências no exterior.
"Ninguém quer morar ao lado de uma estação de esgoto. É um problema mundial", diz o inventor.
Apenas na Grande São Paulo, existem cinco grandes estação de tratamento e outras 24 pequenas. Em todo o Estado, são 490 unidades.
"Mesmo aqui em Pinheiros temos reclamação", afirma. É nessa área da zona oeste da cidade que fica a sede principal da companhia, onde há uma pequena estação.
LITORAL
A cidade de Santos, no litoral, também deverá contar com o sistema antifedor.
Vizinhos do Orquidário de Santos, no bairro do José Menino, disseram à Folha que costumam sentir o cheiro ruim no fim da tarde.
Segundo especialistas, em casos raros, o odor nauseante pode causar desmaios em organismos mais sensíveis.
A Sabesp tem outro sistema contra o cheiro em funcionamento, mas deve optar pela nova técnica devido ao custo. Estimativas indicam que o sistema com coco sairá 40% mais barato.
Segundo a empresa, o custo de instalação depende do local da estação.