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Polícia indicia mais uma médica sob suspeita de mortes em UTI
Já são 5 médicos e uma enfermeira apontados como responsáveis por homicídios no Paraná
Defesa nega as acusações e diz que elas são fruto de um entendimento errôneo de termos médicos
Mais uma médica foi apontada pela Polícia Civil do Paraná como suspeita de ter provocado a morte de pacientes na UTI geral do Hospital Universitário Evangélico.
No total, são seis (cinco médicos e uma enfermeira) os indiciados no relatório final do inquérito, concluído anteontem. Todos responderão pelos supostos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha, conforme o diretor-geral da Polícia Civil, Marcus Michelotto.
A defesa nega as acusações e diz que elas são fruto de um entendimento errôneo de termos médicos.
Cinco pessoas já estão presas, em caráter preventivo ou temporário -entre eles a chefe da UTI, Virgínia Helena Soares de Souza. A outra médica indiciada é Krissia Wallbach, 25, que foi residente em clínica geral no hospital e trabalhou na UTI como plantonista até janeiro deste ano.
"Ela se apresentou [na segunda-feira], colaborou com a polícia e responde em liberdade", disse o diretor-geral.
O advogado de Wallbach, Jorge Timi, afirmou ontem que não iria comentar as suspeitas contra sua cliente porque não havia recebido oficialmente a informação de que ela foi indiciada.
O inquérito concluído anteontem se baseia em seis mortes. Outros 21 casos "com detecção de erros" nos prontuários estão sendo investigados, segundo Michelotto, e mais de mil prontuários de pacientes mortos na UTI também estão sob análise.
"As investigações continuam, e outras pessoas são passíveis de serem indiciadas posteriormente", disse.
PROVAS
A polícia não diz qual a suposta motivação dos suspeitos nem detalha as provas. O delegado disse que há confissões e prontuários que apontariam erros na condução do tratamento de pacientes.
Michelotto também comentou o erro na transcrição de um áudio usado para embasar o pedido de prisão da chefe da UTI, que trocou a palavra "raciocinar", dita pela médica, por "assassinar".
"Não é por uma palavra que é dada uma medida cautelar. Existem milhares de provas dentro dos autos", afirmou. "Obviamente que houve uma exploração disso [do erro], mas isso não tira o valor do conjunto probatório que a Polícia Civil e o Ministério Público carrearam durante toda a investigação."
O Ministério Público tem até segunda para oferecer ou não denúncia contra os indiciados.