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Jessie Freire Gomes Dos Reis (1920-2013)

Médica que atendeu até os 92 anos

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Uma tuberculose contraída durante a Revolução de 1932 matou o pai de Jessie Freire Gomes dos Reis, quando ela sequer havia entrado na adolescência. Ao ficar adulta, decidiu ser médica para entender por que o pai tinha morrido.

Nascida em Guaratinguetá, a filha de professores veio à capital estudar. Formou-se na Escola Paulista de Medicina em 1951, como conta o sobrinho Luiz César, arquiteto.

Trabalhou por um tempo no Amparo Maternal e depois montou uma clínica de psiquiatria, especializada em atendimento infantil, que durou até julho do ano passado.

Chegou a ser professora-adjunta de neurologia da Escola Paulista e ajudou a inaugurar o serviço de reabilitação de epiléticos da Unifesp.

Participou ainda de um projeto da instituição no Parque Nacional do Xingu (MT). Segundo o sobrinho, ela guardava uma carta enviada pelo sertanista Orlando Villas Bôas.

Descrita como analítica, determinada e workaholic, trabalhou até uma semana antes de morrer. Atendia em casa um grupo fiel de pacientes.

Poucos dias atrás, pediu para conversar com o sobrinho, com quem morava. "Você percebeu que estou morrendo? Estou tranquila e quero que você também esteja."

Luiz César disse a ela que iria ao Rio de Janeiro no fim de semana e brincou, perguntando se a tia poderia esperá-lo. Ela nada lhe respondeu.

Na madrugada de sábado (2), morreu dormindo, aos 92, de insuficiência cardíaca. O sobrinho teve de voltar do Rio. Ele conta que a tia, que era solteira, morreu como quis.

A missa do sétimo dia será hoje, às 19h, na paróquia São Luís Gonzaga, em São Paulo.


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