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Professora poderá ganhar mais se adiar aposentadoria

Prefeitura de São Paulo propõe aumento a docente que tiver 28 anos de carreira

Prazo é 3 anos superior ao mínimo exigido hoje para aposentadoria das educadoras da rede municipal de ensino

FÁBIO TAKAHASHI EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), propôs mudança na política salarial da rede de ensino que pode estimular professoras a adiar as aposentadorias, em troca de aumento salarial.

Em projeto encaminhado à Câmara Municipal, Haddad prevê aumento de 13% nos vencimentos dos professores em final de carreira. O benefício, porém, será concedido apenas a quem tiver ao menos 28 anos de carreira.

O período é superior ao tempo mínimo exigido para a aposentadoria das professoras -25 anos de trabalho.

O projeto precisa ser aprovado pelos vereadores.

Sindicatos da categoria afirmam que a proposta é prejudicial às mulheres, porque, para ter o aumento, elas terão de trabalhar três anos a mais do que o mínimo exigido para se aposentarem.

Docentes veem na ideia uma alternativa para diminuir a necessidade de contratar novos educadores.

Em relação aos homens, eles não terão de estender o tempo de carreira, porque a lei já exige que eles fiquem ao menos 30 anos em atividade.

O secretário da Educação, Cesar Callegari, nega que o intuito da medida seja estender a carreira das mulheres.

Segundo ele, a ideia é beneficiar professoras que já chegaram aos 25 anos de trabalho, mas não completaram 50 anos de idade -outra condicionante para pedir aposentadoria. Ou seja: a ideia é conceder aumento a educadoras que já atuariam mais de 25 anos, diz o secretário.

"Essas profissionais podem ficar anos aguardando a aposentadoria, sem nenhum estímulo", diz. "São pessoas que devem ser estimuladas."

As professoras que chegarem aos 25 anos de carreira e 50 anos de idade não serão obrigadas a estender o trabalho, garante o secretário -neste caso, porém, não receberão os aumentos.

"Para ter o mesmo benefício que os homens, as professoras terão de ficar tempo a mais do que o previsto. É discriminação", diz o presidente do Sinesp (sindicato dos diretores), João de Souza.

Presidente do Sinpeem (sindicato docente), Claudio Fonseca diz que o prazo para mulheres "é punição". Na contabilidade dele, 96% dos docentes são mulheres.

"É retrocesso", diz o pesquisador Nelio Bizzo, da Faculdade de Educação da USP. "Como a maioria do magistério é do sexo feminino, vejo nisso simples medida de economia, apresentada por discurso falsamente igualitarista."


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