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Pena revolta familiares de Eliza, mas é defendida por advogados

Condenação de goleiro foi comemorada por ministra e movimentos de direitos da mulher

Sônia Moura, mãe de Eliza, diz que 'aliviaram demais para o Bruno'; criminalista afirma que pena foi 'bem dosada'

DE SÃO PAULO DOS ENVIADOS A CONTAGEM (MG)

A pena imposta ao goleiro Bruno pela morte de Eliza Samudio causou revolta entre familiares da modelo, mas foi avaliada como correta por advogados criminalistas.

"Aliviaram demais para o Bruno", disse Sônia Moura, mãe de Eliza, logo após a divulgação da sentença, na madrugada de ontem.

Além de criticar a duração da pena em regime fechado -17 anos e seis meses-, Sônia se mostrou insatisfeita com a absolvição de Dayanne Souza, a ex-mulher do jogador, que era acusada de envolvimento no sequestro e cárcere do filho de Eliza.

"Eu já conversei com a minha advogada e ela vai recorrer", disse Sônia, que anunciou que voltará ao tribunal do júri de Contagem em abril para o julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o assassino de Eliza.

Apesar das críticas, advogados criminalistas consideraram que a pena foi bem aplicada pela juíza Marixa Fabiane Rodrigues.

"Achei bem dosada, criteriosa. Muita gente reclama que deveria ser mais dura, mas eu achei bastante adequada", disse Alberto Toron.

Sobre a eventual ida de Bruno para o semiaberto em 2018, Luiz Flávio Borges D'Urso, ex-presidente da OAB-SP, disse que "a população espera que o condenado cumpra a pena do início ao fim, mas o sistema é baseado no princípio da recuperação".

Ele diz que o problema é que o Estado deveria fiscalizar o condenado em qualquer regime, mas "na prática isso muitas vezes não acontece".

Sobre a diferença nos descontos dados às penas de Macarrão e de Bruno por causa das confissões, eles disseram que pode haver contestação.

"Faltou proporcionalidade, mas a juíza pode ter interpretado que Bruno não fez uma confissão plena e Macarrão fez", afirmou Toron.

MULHERES

Apesar da discussão sobre o tamanho da pena, a condenação foi comemorada por movimentos de direitos humanos e organizações que combatem a violência contra a mulher, que associaram o fato ao Dia Internacional da Mulher, comemorado ontem.

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, emitiu nota afirmando que "as mulheres não aceitam mais a violação de direitos, a exemplo do que ocorreu com Eliza Samudio, que lutou pelos direitos gravídicos, reconhecimento à paternidade e pensão alimentícia de seu filho".

A ministra também elogiou a juíza e disse que é com "atitude que estamos vencendo a violência".


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