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Diarista 'viaja' até 4 horas para trabalhar

Esse foi o tempo que Lúcia, 53, passou em ônibus e metrô do Grajaú, na zona sul, até a avenida Paulista, anteontem

Em Curitiba, modelo em transportes, drama no trânsito não se altera, mas os mais pobres levam uma hora até o serviço

ANDRÉ MONTEIRO DE SÃO PAULO ESTELITA HASS CARAZZAI DE CURITIBA

Lúcia Hermenegilda Santos, 53, é diarista na região da avenida Paulista. Mora no Grajaú, no extremo sul da cidade, e enfrenta duas horas de viagem para trabalhar, em ônibus e metrô, tanto na ida quanto na volta.

"Mas tem dias que o trânsito pega, aí levo até quatro horas só para chegar. É um sufoco", disse.

Foi o que aconteceu anteontem, quando deixou sua casa às 6h e só chegou no trabalho, 40 km distante, depois das 10h. No dia, o índice de lentidão apurado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) pela manhã bateu os 114 km -metade deles em vias da zona sul.

Se o tempo dobrou, o cansaço também. "Tem que dar uma cochilada, senão ninguém aguenta essa rotina."

Ela se mudou para o Grajaú em 2004, e tentou procurar emprego mais perto de casa. "Mas é difícil de achar, e, quando tem, pagam muito pouco." Antes de se mudar, ela morava no Jabaquara, e costumava ir a pé para trabalho em casas de família.

"No começo o pessoal desconfiava quando eu chegava atrasada, pois o motivo era sempre o trânsito. Aí perceberam que não tem como chegar mais rápido", disse.

NO SUL

Modelo na área de transporte público, Curitiba não viu se alterar o tempo de deslocamento casa-trabalho nos últimos anos, mas os mais pobres, nas periferias, levam quase o dobro do tempo dos mais ricos, próximos ao centro, para fazer o trajeto.

O porteiro Idiney José Correia, 36, mora a 12 km do centro, onde trabalha, e leva cerca de 1h de ônibus até seu destino. De carro, que só usa em casos excepcionais, demoraria 30 minutos. Mesmo assim, não se queixa: ele faz o mesmo trajeto há oito anos, sempre no mesmo tempo.

"Até melhorou, porque agora tem mais ônibus." Correia usa o "ligeirinho", ônibus que faz poucas paradas e percorre longas distâncias.

Quem opta por carro, se queixa do trânsito. Entre as capitais, Curitiba tem a maior relação carro/habitante do país. "Tem muito mais carros na rua do que há cinco anos", diz a auxiliar de cozinha Andréia Hasse, 29. "Uma batidinha e engarrafa tudo."


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