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Regra sobre aborto só deve ser votada no 2º semestre

Relator da reforma do Código Penal no Senado diz ser 'favorável à vida'

Segundo senador, estão previstas audiências até julho; posição de conselhos de medicina pode ser considerada

JOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA

O texto da reforma do Código Penal, que propõe ampliar os casos para o aborto legal, deve ser votado pela comissão especial do Senado apenas no segundo semestre -atraso que pode superar em seis meses o prazo original.

A posição dos conselhos de medicina, que se manifestaram de forma inédita a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez, será considerada.

Mas, segundo o senador Pedro Taques (PDT-MT), relator da matéria, os parlamentares terão autonomia.

O senador não quis antecipar seu parecer sobre esse ponto da reforma. Disse que é "favorável à vida", mas que ainda precisa ouvir outras posições. Porém, em março de 2012, Taques foi categórico.

"A proteção do nascituro impõe a manutenção da criminalização do aborto, salvo exceções como as já previstas na atual legislação", afirmou o senador há um ano.

O aborto, espontâneo ou provocado, é a quinta causa de morte materna, segundo o Ministério da Saúde. Dos 1.719 óbitos maternos em 2010, 79 foram registrados em decorrência de um aborto.

Daí a posição da maioria dos conselhos médicos de que o assunto seja analisado sob a ótica da saúde pública, e não da religião. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 21,6 milhões de abortos inseguros tenham sido feitos no mundo, em 2008 -4,2 milhões deles na América Latina e no Caribe.

RECEPÇÃO FRACA

Taques diz que serão realizadas audiências públicas até julho. Apesar da decisão dos conselhos médicos, a recepção pelo Senado da proposta foi considerada fraca.

"Infelizmente, a gente tem uma visão pública que fica um pouco míope, esfumaçada por conta de posições religiosas", diz a defensora pública Juliana Belloque, da comissão de especialistas que redigiu o anteprojeto da reforma do Código Penal.

"Comparado a países vizinhos, como Uruguai e Argentina, estamos perdendo terreno com a lentidão do debate", diz Ana Costa, presidente do Cebes (Centro Brasileiro de Estudos de Saúde).


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