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Sedução bestial

Um dos truques favoritos dos spams farmacêuticos é manipular pesquisas científicas para dar aquela pequena exagerada nas conclusões até transformar o produto em promessa mentirosa.

É o caso do perfume com feromônios -substâncias secretadas por vários animais, como insetos, e por algumas plantas, por exemplo o bambu, que permitem a comunicação entre membros de uma mesma espécie.

"Na maioria das vezes, os feromônios são voláteis e usados para a atração de parceiros sexuais e acasalamento", explica Evaldo Vilela, professor de biologia animal da Universidade Federal de Viçosa e membro da Academia Brasileira de Ciências.

Mariposas fêmeas liberam odores carregados de feromônios que atraem machos a quilômetros de distância. Não é nosso caso. "Pesquisadores alemães identificaram nas narinas humanas estruturas receptoras de substâncias voláteis", diz Vilela.

A partir dessa descoberta surgiu o mito de que os humanos também têm seu comportamento sexual influenciado por feromônios, o que nunca foi comprovado. "Honestamente, acho inverossímil que seja um dia. Estímulos sexuais humanos são mais ligados à visão e à linguagem verbal", diz Vilela.

Nem por isso empresas como a americana Marilyn Miglin deixam de vender perfumes com feromônios sintéticos alegando que eles potencializam o poder de sedução.

"Testes promovidos pela marca confirmaram a eficácia do produto", diz a empresa, informando que cumpre as leis e está dentro das normas por "não fazer falsas promessas" e devolver o dinheiro a clientes insatisfeitos.

"Apresentamos o tipo de pesquisa e o raciocínio científico por trás do desenvolvimento dos produtos e deixamos que clientes decidam segundo seu próprio discernimento, uma vez que não há pesquisas conclusivas que digam que humanos não liberam feromônios para atrair parceiros", rebate a marca.


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