Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Especial

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Recursos humanos

Caça-talentos também estão em falta nas companhias

Novo perfil exigido para o especialista de RH faz escassez na área aumentar

REINALDO CHAVES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O raciocínio é simples: como faltam profissionais em diversos setores da economia, as empresas também precisam de gente especializada em caçar talentos e retê-los.

Por isso, o Brasil tem necessidade hoje de mão de obra para o departamento de recursos humanos.

Isso se acentua pelas novas exigências da profissão. Antes, o setor cuidava apenas de rotinas como adequação a leis trabalhistas, processamento da folha de pagamento e testes de avaliação. Ou seja, apenas estava subordinado aos setores administrativo ou financeiro.

Mas agora os especialistas em RH atuam como um gestor importante em médias e grandes companhias.

O trabalho deles é criar e executar políticas de atração de profissionais. Só que é raro encontrar pessoas capacitadas para isso, de acordo com empresas consultadas pela Folha.

Mariana Boner, diretora de RH da empresa de tecnologia Globalweb Corp, tenta driblar essa lacuna formando os especialistas em casa.

Os programas de estágio e trainee foram reestruturados para formar também profissionais de RH. "Procuramos pessoas com conhecimento técnico do nosso ramo, que conheçam a sopa de letrinhas da TI", afirma Boner.

Patrícia Torres Lira, 27, analista de RH da companhia, foi uma das pessoas que fizeram esse caminho, primeiro como estagiária e depois como trainee.

Ela conta ter aulas sobre o setor de tecnologia porque precisa entender do assunto para buscar candidatos --como há falta de vagas no setor, grande parte deles não divulga seus currículos.

"Precisamos acompanhar redes sociais, sites e falar com outras empresas para achar esses especialistas. Nosso esforço é para encontrar e filtrar os melhores", diz Lira.

MIGRAÇÃO

Existe também a tendência de migração de profissionais já em outras áreas para o setor de recursos humanos.

O economista Silvio Paciello, 41, resolveu aproveitar essa brecha de mercado e ir para o RH. Ele começou no departamento na área de remunerações, fazendo a gestão do custo de funcionários, e hoje é o diretor de recursos humanos da Cisco do Brasil.

"Essa migração para o RH hoje é muito mais comum. São pessoas com talento ou interesse em lidar com pessoas que contribuem com um conhecimento técnico de outras áreas", afirma.

De acordo com Elaine Saad, vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, as competências que mais faltam hoje aos profissionais do setor são: desenhar planos de carreira, criar programas motivacionais e fazer análises de dados de remuneração do mercado.

"A dificuldade maior para encontrar pessoal capacitado está nos cargos de gerência, coordenação e supervisão, que são postos com experiência e conhecimento técnico. Nas esferas menores já existem cursos tecnólogos de RH", afirma Saad.

Normalmente, os profissionais do setor são formados em economia, direito, administração, serviço social e principalmente psicologia.

Marcus Soares, especialista em gestão de pessoas do Insper (escola de negócios), comenta que a formação para essa carreira melhorou na última década no Brasil, com a criação de cursos de aperfeiçoamento.

Mas, segundo ele, a área ainda carece de mais valorização das empresas."Prova disso é que o RH vem acompanhando a evolução salarial de outras áreas num ritmo mais lento. Um analista iniciante começa com salário de cerca de R$ 2.000", afirma.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página