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Aluno de graduação a distância fica mais jovem

Profissionais tentam aumentar salário com o curso

MARCEL GUGONI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A necessidade de trabalhar em dois turnos, cuidar da casa e ainda estudar afastou da universidade a estudante de pedagogia Tatiana de Lacerda, 24. Em 2011, ela largou o curso sem previsão -e tempo livre- para voltar.

Com a ajuda da tecnologia e o crescimento da oferta de cursos de educação a distância, ela diz que vai retomar as aulas em agosto, dessa vez acompanhando as matérias pelo computador de casa.

"Era muito cansativo sair antes das 7h de casa e, com a aula a noite, chegar depois das 23h", afirma ela, que trabalha com educação infantil.

O caso de Lacerda, que vai apostar nessa modalidade de ensino estando na faixa dos 20 anos, não é único. O perfil do aluno que cursa a graduação de maneira remota, pelo computador, está mudando, de acordo com João Vianney, conselheiro da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância).

"Até 2007, esse estudante tinha mais idade e nunca havia tido a chance de chegar ao ensino superior", conta. Nos últimos anos, os cursos a distância ampliaram a oferta e começaram a atrair um público mais jovem.

Em 2011, a média de idade dos alunos de EAD (Educação a Distância) era de 33 anos. "Mas essa média já foi de 40 anos na metade da década passada", analisa Vianney.

No ensino presencial, a média de idade do ensino superior presencial é de 26 anos, de acordo com o MEC.

Também existe a questão do preço. De acordo com o especialista, os cursos remotos chegam a custar 76% menos em escolas do Estado de São Paulo que oferecem o mesmo programa nas duas modalidades.

QUEM FAZ

José Manuel Moran, pesquisador em gestão de projetos de educação na USP, diz que o EAD atende a uma demanda de alunos que precisam de um diploma de curso superior ou querem atualizar seus conhecimentos profissionais.

"É um publico que normalmente está empregado, tem família, não começou a graduação aos 17 anos e não pode ir todos os dias à faculdade", diz.

"O diploma, para essas pessoas, é uma saída para melhorar a qualidade de vida e a empregabilidade."

É o caso de Simonica Ferreira, 31, que está no primeiro semestre de administração de empresas, após 13 anos longe da escola.

"Senti necessidade pela parte profissional, porque hoje as empresas pedem cada vez mais conhecimento", afirma Ferreira.

"Sempre trabalhei e tenho experiência em carteira, mas precisava continuar me atualizando para meu currículo ser mais apresentável."

FUTURO INTEGRADO

A tendência é que os cursos presenciais passem a incorporar mais características das aulas a distância.

A penetração da internet e o avanço das tecnologias de comunicação, como redes sociais e o armazenamento de dados em nuvem, vão levar a uma transformação no próprio ensino presencial.

O empreendedor Gustavo Angimahtz, 28, já era formado em comunicação social quando sentiu necessidade de entender mais de administração de empresas para tocar o próprio negócio, uma empresa de cicloturismo.

Ele optou por uma pós-graduação presencial com alguns módulos on-line -aqueles voltados ao conteúdo mais técnico, como matemática financeira e economia.

"Consegui ganhar dinheiro com a empresa após o curso, porque aprendi a montar um fluxo de caixa e preparar uma estratégia consistente."

Para Vianney, o EAD não se sobrepõe ao presencial, porque "quando o jovem pode, ele quer ir ao presencial para manter a interação com os colegas".

Para Moran, "à medida em que essas plataformas tecnológicas vão se ampliando e ficando mais baratas e eficientes, elas chegam à sala de aula tanto na mão do aluno quanto na do professor".

Nesse cenário, o profissional deve atuar mais como mentor que compartilha sua vivência para ajudar o aluno a entender o conteúdo.


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