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Sala de aula

Docente que está na escola fez pedagogia em faculdade privada

Cursos de universidades públicas renomadas como USP e Unicamp formam mais 'pensadores' em educação

DE SÃO PAULO

Quem dá aula no ensino básico do Brasil, em geral, não fez pedagogia ou licenciatura em universidades públicas -avaliadas como as melhores do país. "Aqui formamos, na maioria, pensadores e gestores de educação", conta Luiz Carlos de Freitas, diretor da Faculdade de Educação da Unicamp.

Na linha contrária, estão instituições privadas como a Uninove (Universidade Nove de Julho), instituição que mais forma pedagogos no Brasil (foram 1.279 mil em 2011), e a Unip (Universidade Paulista), maior complexo educacional do Brasil em quantidade de estudantes.

A Folha assistiu a algumas aulas de pedagogia da Unip no campus do Paraíso (zona sul de São Paulo) para ver o que os alunos aprendem.

Encontrou uma turma aprendendo a montar uma brinquedoteca na escola e outra discutindo relações étnico-raciais na escola.

Uma pesquisa da própria Unip mostra que, do total de alunos do curso de pedagogia, 85,5% estudaram em escolas públicas regulares.

Para ter uma ideia do que isso significa, 51,4% dos alunos de pedagogia da USP vieram do ensino médio público. A porcentagem é maior do que a média geral da USP, que gira em torno de 35% de egressos da escola pública.

Na Unip, 8,6% são egressos da EJA (Educação de Jovens e Adultos, modalidade voltada para os jovens e adultos que não tiveram acesso ou não concluíram os estudos no ensino médio normal). Apenas 6% frequentaram escolas particulares regulares.

Descontadas as exceções, as escolas de onde vêm os que vão alfabetizar as crianças do futuro ostentam aquele jeitão típico: pichações, grades de segurança, professores desmotivados ou sem professores, já que parte das escolas públicas não preenche o seu quadro docente.

'EXPULSOS' DA ESCOLA

"Os alunos entram aqui sem dominar os rudimentos do pensamento lógico, da língua portuguesa e da matemática", explica o coordenador da carreira nos 22 campi da Unip, Nonato Assis de Miranda, 48. "Como nossa tarefa é incluí-los no ensino superior, trabalhamos para reduzir o deficit de aprendizado que eles carregam ao chegar", diz.

No ano passado, a Unip formou 660 professores. Para efeito de comparação, o curso de educação da USP formou cerca de 15% da gigante privada.

A reportagem perguntou à vice-reitora de graduação da Unip, Marília Ancona Lopez, 71, sobre evasão de alunos, que, em pedagogia, gira em torno de 30% no Brasil. "Evasão é um luxo que nossos alunos não podem se dar."


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