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Maioria das instituições não deveria receber título de universidade

ROGÉRIO MENEGHINI ESTÊVÃO GAMBA

A classificação de uma instituição de ensino superior como UP (Universidade de Pesquisa) foi introduzida nos EUA em 1970, pela Fundação Carnegie, para diferenciar as instituições extensivamente engajadas em atividades de pesquisa. A ideia é que as UPs fossem responsáveis pela produção de parte significativa da ciência de ponta americana.

Entre as 7.300 instituições de ensino superior dos EUA, o total de UPs variou entre 50 e 100.

Em 2005, novo modelo de classificação foi instituído, bem mais amplo, que destaca as áreas de ensino, mas o termo universidade de pesquisa ainda é utilizado.

A importância delas no Brasil é maior do que em países avançados, pois aqui a pesquisa realizada pelo setor empresarial ainda é pouco numerosa. Nessa linha, é importante estimular a atuação das UPs na área de inovação, ainda incipiente.

O sistema brasileiro de distribuição de verbas públicas para pesquisa é satisfatório em volume. São cerca de 0,6% do PIB (US$ 15 bilhões). A distribuição é razoavelmente criteriosa, com avaliação de qualidade. O dispêndio envolve as agências federais CNPq e Capes e as FAPs (Fundações Estaduais de Amparo a Pesquisa), que empregam recursos significativos, comparáveis aos aplicados em países como Inglaterra e Espanha.

UPS NACIONAIS

No RUF de 2013, é possível notar 36 universidades que captaram um mínimo de R$ 20 milhões para pesquisa, um montante significativo. São 26 federais, sete estaduais e três privadas.

Elas são responsáveis por 70% de toda a produção científica brasileira em 2009-2010 e podem ser consideradas UPs, na medida em que grande parte de seus docentes está envolvida nesta atividade e na formação de doutores.

No outro extremo estão cerca de dois terços das universidades brasileiras, com uma fração baixa de docentes envolvida em produção científica. Pelos critérios do MEC, são reconhecidas como universidades, mas seriam mais propriamente consideradas Instituições de Ensino Superior.

Embora tenhamos universidades de alta qualidade, elas ainda não fazem parte do time de "world class" nos rankings internacionais. A USP, melhor universidade do Brasil de acordo com o RUF, está em 158º lugar na lista do THE (Times Higher Education), muito longe das líderes Caltech (EUA) e Oxford (Reino Unido). Faltam-lhe dois ingredientes importantes: a internacionalização mais pujante do corpo docente e um investimento maior voltado à atração do alunato internacional.

Rogerio Meneghini é coordenador científico do Programa SciELO (base que reúne 323 periódicos científicos nacionais com acesso aberto), professor aposentado da USP e responsável pela medição científica do RUF.

Estêvão Gamba é doutorando da Unifesp e corresponsável pela medição científica do RUF.


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