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Análise

Impactos à saúde são motivo para mudar sistema

CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO

Cada vez mais a ciência reúne evidências do impacto da falta de mobilidade urbana sobre a saúde, especialmente em relação às mortes atribuídas à poluição do ar.

No mundo, são cerca de 6 milhões por ano, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). No Estado de São Paulo, foram 17 mil em 2011, mostra estudo de uma ONG e de pesquisadores da USP.

O número equivale a mais do que o dobro das mortes causadas por acidentes de trânsito (7.867) naquele ano.

Sabe-se hoje que entre 70% e 90% dos poluentes do ar são produzidos pelos veículos. Corredores de trânsito são tidos como chaminés das cidades modernas.

O efeito cumulativo da inalação contínua de nanopartículas e gases tóxicos como chumbo e cádmio podem causar uma série de problemas de saúde, como doenças respiratórias, problemas cardíacos, aumento da pressão arterial, depressão e problemas reprodutivos.

E, de acordo com estudo publicado recentemente na revista "Nature", o cenário só tende a piorar: até 2050, a poluição do ar será a principal causa das mortes prematuras por câncer de pulmão.

Ao privilegiar o carro por causa da má qualidade do transporte público, as pessoas também ficam mais sedentárias e mais doentes.

Como os gestores públicos podem mudar isso? Fazendo com que a mobilidade seja de fato integrada à rotina diária.

Quando as cidades ofertam um sistema de transporte público adequado e espaços para caminhadas e bicicletas, as pessoas são incentivadas a se movimentar mais.

Várias cidades europeias já fazem isso. Além do bem à saúde, isso faz das ruas um espaço prazeroso.

Quem usa ônibus ou metrô anda em média entre 8 e 25 minutos a mais por dia, o que é quase o tempo mínimo recomendado pela OMS para gerar grandes melhorias de saúde --30 minutos.

Numa cidade caótica como São Paulo, os desafios no campo da mobilidade são enormes, mas passíveis de enfrentamento. Um bom começo seria a integração de políticas de transporte público às de promoção de saúde. Experiências pelo mundo que podem servir de inspiração não faltam.


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