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Fora do eixo Rio-SP, metrôs empacam

Porto Alegre, Salvador e Curitiba carecem de transporte sobre trilhos e têm projetos atrasados

FELIPE BÄCHTOLD DE PORTO ALEGRE

Há exatos 150 anos, Londres inaugurava a primeira linha de metrô do mundo e uma nova era para o transporte de massa das metrópoles.

Passado tanto tempo, a modalidade ainda é a solução mais indicada para grandes concentrações urbanas, mas engatinha nas principais capitais brasileiras.

Ao menos seis cidades do país possuem metrô, que, somados, chegam a 254 km --número que pode variar, pois algumas delas consideram trens urbanos como metrôs.

De qualquer forma, é bem menos, por exemplo, do que a capital inglesa (402 km) e Nova York (368 km).

Fora São Paulo e Rio --que, embora tenham redes insuficientes, devem dobrá-las nos próximos anos-- os projetos em curso empacaram.

Porto Alegre, Salvador e Curitiba, que juntas têm 6,2 milhões de habitantes, vivem um roteiro parecido, com idas e vindas de projetos e dificuldades de financiamento.

Na capital gaúcha, o custo estimado para a construção é de R$ 5 bilhões --mais do que o gasto com os estádios da Copa, já prontos. O valor se refere a um ramal único, de 10 km, que beneficiaria parte restrita do município.

A frustração é ainda maior porque o traçado original foi reduzido para cortar custos.

A obra foi lançada em evento em 2011, com a presidente Dilma, mas até hoje nem a forma de financiamento foi definida.

Dilma rejeitou no mês passado a proposta do município, governado por José Fortunati (PDT), de bancar R$ 2 bilhões. Disse à época: "Se eu ficar dando recursos a fundo perdido para todo mundo, não vou ter fundo perdido para dar." Ainda não há previsão nem sequer de quando a licitação será feita.

Em Curitiba, a troca de comando na prefeitura, no começo do ano, levou a uma reavaliação de todo o projeto.

A pedido do prefeito Gustavo Fruet (PDT), um grupo estudou o que havia sido anunciado e concluiu que os custos estavam subestimados.

O previsto em 2011 era uma linha de 14 km ao valor de R$ 2,3 bilhões. Os novos estudos apontam o dobro, em parte devido a um prolongamento da linha. Também não há prazos definidos.

Se as duas capitais do Sul tentam superar obstáculos para começar de vez a construção, em Salvador a dificuldade é inaugurar uma obra que se arrasta desde 1999.

O metrô de Salvador nunca transportou nenhum passageiro e já foi alvo até de CPI. Neste ano, teve sua responsabilidade transferida da prefeitura para o Estado.

Com seis estações prontas, a nova promessa é deixar a linha inaugural pronta a tempo da Copa do Mundo.

"É preciso envolver todas as esferas e firmar um compromisso de que, independentemente de quem ganhe as eleições, haverá projeto", diz o engenheiro Miguel Bahury, ex-presidente da Metrô-RJ e consultor em transportes.


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