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Renda sobe, mas perde fôlego com economia mais fria

Desde janeiro, o rendimento nas seis principais regiões metropolitanas sobe em ritmo de 1,6%; em 2012, foi 4,1%

Inflação e reajustes menores encolhem o poder de compra e freiam o avanço do consumo no país

PEDRO SOARES DO RIO

Com um menor dinamismo na oferta de vagas e reajustes salariais mais modestos, o rendimento do trabalhador mostra tendência de desaceleração e caminha para registrar seu pior desempenho dos últimos anos.

De janeiro a setembro, a renda nas seis principais regiões metropolitanas subiu num ritmo médio de 1,6%. Em 2012, o indicador fechou com alta de 4,1%, o melhor resultado, na ocasião, da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2002.

Nos últimos dez anos, o rendimento caiu apenas em 2003 (12,6%) e 2004 (1,2%), anos de recessão ou estagnação da economia.

Depois disso, o crescimento da renda foi contínuo, segundo dados do IBGE agrupados pela Folha.

Neste ano, a economia desacelerada e a alta de preços, principalmente de alimentos, reduziu o poder de compra.

"A inflação mais alta reduz o poder de compra dos trabalhadores e explica boa parte da desaceleração do rendimento neste ano", diz Cimar Azeredo Pereira, coordenador de Emprego e Rendimento do IBGE.

Outro motivo para os rendimentos mais contidos, diz o coordenador, surge dos menores ganhos reais dos salários, com negociações entre sindicatos e empresas mais difíceis em tempos de crescimento modesto do PIB.

Embora ainda sejam a maioria, os reajustes superiores à inflação (INPC) caíram para 84,5% no primeiro semestre deste ano, contra uma fatia de 96,3% no mesmo período de 2012. O aumento real obtido (ou seja, acima da inflação) ficou em 1,19% --na média, menor valor desde 2009 (0,73%).

Já as negociações que ficaram abaixo da inflação subiu para 8,5%.No ano passado, havia sido 0,9%.

CONFIANÇA ABALADA

Outros indicadores da economia mostram um cenário mais difícil para o mercado de trabalho diante de um consumo mais fraco em 2013.

O índice de pessoas endividadas subiu e 20,6% das contas ou débitos estavam em atraso em outubro, segundo dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio).

Mais endividadas, as pessoas vão menos às compras. A CNC projeta um aumento das vendas do varejo de 5% neste ano, abaixo dos 5,4% registrados pelo IBGE em 2012. O setor já começou as dispensas e está entre com pior desempenho na geração de vagas.

Com juros mais altos e um risco maior de calote (dada a alta da inadimplência), o crédito ficou mais caro e sua oferta já não cresce com a exuberância de anos anteriores. De janeiro a agosto, a concessão de empréstimos tem alta de apenas 2,7%, segundo o Banco Central.

Diante desse cenário, o rendimento já não mostra o dinamismo visto até 2012. Para Gabriel Ulisseya, do Ipea, o crescimento do emprego formal, cujos salários são mais elevados, e o reajuste do salário mínimo nos últimos ajudaram a impulsionar o rendimento.

PERSPECTIVAS PARA 2013

Para Aurélio Bicalho, economista do Itaú, disse que neste ano, apesar "da ociosidade [oferta menor de vagas] no mercado de trabalho, a renda continua se expandindo", ainda que num ritmo mais lento.


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