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Natal abrirá mais vagas, mas alta não chega a 2014

Cai a expectativa de transformar trabalhador temporário em efetivo

Lojistas esperam um crescimento menor da economia, e taxa baixa de desemprego reduz número de interessados

CLARA ROMAN DE SÃO PAULO

O Natal deste ano pode até ser mais quente em relação às vagas temporárias, mas a alegria não deve perdurar depois das festas, segundo dados da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) e do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).

Setores de comércio e serviços se dizem dispostos a contratar cerca de 233 mil funcionários temporários em 2013. No total de vagas, estão menos expansivos do que estavam em 2012, quando previam 293 mil contratações, em pesquisa com a mesma metodologia.

Mas o número dos que vão aumentar as contratações neste ano supera o dos que esperam fechar vagas: são 34% prevendo contratar mais que em 2012, contra 7% que esperam abrir menos vagas; 54% devem manter a força de trabalho e os outros 5% não sabem ou não responderam.

Pesquisa da Fecomercio-SP (federação do comércio paulista), também mostra expansão: 159 mil trabalhadores devem ser temporários no fim de ano, alta de 1,3% em relação a 2012.

O otimismo, porém, não vira o calendário para 2014.

A partir das respostas dos empresários, espera-se que 14,2% dos temporários sejam depois efetivados. No ano passado, a expectativa era 70% de efetivação.

"As projeções de vendas estão menores", afirma Flávio Borges, gerente financeiro do SPC. Segundo Borges, o varejo viveu seu pico de demanda em 2012, com taxas mínimas de desemprego e juros baixos, que estimulam o crédito, mas esse cenário se estabilizou.

Segundo ele, como o crescimento do emprego em 2014 será menor, o varejo só se mantém otimista por causa de estímulos como o Programa Minha Casa Melhor, que oferece crédito para usuários do Minha Casa, Minha Vida, ou desonerações que ainda persistem, como a do IPI.

Fernanda Della Rosa, assessora econômica da Fecomercio-SP, afirma que o vilão de 2013 foi a inflação, que prejudicou as vendas sobretudo no primeiro semestre. Mesmo assim, o impacto no emprego foi pequeno, segundo ela.

PLENO EMPREGO

Claudio Dedecca, professor do Instituto de Economia da Unicamp, afirma que as taxas baixas de desemprego modificaram o cenário das contratações temporárias.

Segundo ele, é provável que parte dessas vagas seja preenchida por pessoas que querem ficar apenas temporariamente no mercado de trabalho, e não por desempregados que buscam uma colocação permanente.

O número de pessoas que buscam essas vagas para entrar no mercado de trabalho também tende a crescer, segundo ele. "A pessoa busca um emprego temporário para pegar experiência, e depois arranja outro melhor", diz.

Segundo a Fecomercio, cerca de 40% dessas contratações são oportunidades de primeiro emprego.

Essa também é a percepção de Jean Makdissi Jr., conselheiro-executivo da Alobrás (Associação de Lojistas do Brás). "Falta alternativa. O vendedor experiente já está empregado", diz ele.

Com isso, há mais estudantes e novatos entre os contratados temporariamente. Em época de desemprego, o número de currículos deixados nas lojas era muito maior.

Segundo Makdissi, o Brás se prepara para o Natal de maneira cautelosa. A região espera abrir 2.000 vagas.

Dedecca afirma que houve um pessimismo exagerado sobre as perspectivas da economia este ano, que não tem sido confirmado.

O problema é que as perspectivas para o PIB de 2014 são piores, o que deve reduzir o número de efetivados após as festas.


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